13 de ago de 2015
Com o percentual mais elevado para o mês de julho desde 2004, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), teve variação de 0,62% em julho. No acumulado do ano, a taxa foi de 6,83%; para o acumulado em 12 meses, o índice oficial de inflação ficou em 9,56%, a maior taxa em 12 anos, registrando um valor acima do teto da meta estabelecida pelo Banco Central (6,5%).
O item mais afetado foi a energia elétrica, em média 4,17% mais cara. As contas de água e esgoto contribuíram para a alta do índice, ficando 2,44% mais onerosas. “Notamos, mais uma vez, o peso dos bens administrados no bolso do consumidor. Os dois itens, somados ao aumento no grupo dos alimentos, comprometem muito o orçamento das famílias, pois são de necessidade básica. Impacto direto é sentido no comércio de bens e serviços, uma vez que a população direciona seus gastos para produtos essenciais e abrem mão dos supérfluos”, avalia o economista da Fecomércio MG, Guilherme Almeida.
O grupo “alimentação e bebidas” apresentou variação de 0,65%. Os itens com maiores elevações foram a tangerina (19,42%), a pera (13,43%) e o leite de coco (9,86%). O feijão carioca sofreu uma alta de 2,03% e o arroz apresentou retração de 0,29%. “Os produtos ligados à alimentação têm registrado fortes altas em 2015. Além da estiagem observada no primeiro semestre, houve aumento dos custos para a produção e do dólar, que neste ano acumula uma alta de quase 22%. Assim, os alimentos importados, como os que levam o trigo, ficam mais caros. Como os exportadores ganham mais vendendo para o resto do mundo, acabam cobrando um preço mais alto para mantê-los no nosso mercado”, completa Almeida.