26 de jan de 2016
Em janeiro deste ano, os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), referentes ao ano de 2015, mostraram o impacto sofrido no mercado de trabalho sob o cenário de recessão: 1,54 milhão de postos de trabalho foram fechados em todo o país. Setorialmente, 41% dos encerramentos corresponderam ao setor industrial (-631.291) – além da construção civil, que abarcou com, aproximadamente, 416 mil postos a menos. O comércio, importante gerador de empregos, findou 2015 com uma redução de 218.650 empregos no Brasil, 211% a menos que o saldo observado em 2014. O único alento ficou a cargo da agropecuária, cujo saldo foi positivo, porém, muito abaixo do ano anterior.
De acordo com o economista da Fecomércio MG, Guilherme Almeida, o quadro de deterioração do mercado de trabalho se generalizou, atingindo, inclusive, setores com alta empregabilidade, como o de comércio e serviços. “A situação é crítica. O baque da falta de demanda é grande. O cenário de instabilidade gerado, com indicadores que afetam o comportamento das famílias e dos empresários, provoca um pessimismo em toda a cadeia. Atualmente, não há condições de melhora e, no curto prazo, tudo depende da retomada política necessária para recuperação econômica.”
Diferentemente de 2014, quando houve geração de 20.856 postos de trabalho em Minas Gerais, o comércio foi responsável por 11% dos 196.086 fechamentos. Em 2015, dos 22.310 empregos a menos, 84% correspondem ao comércio varejista. “O comércio não está em um bom momento. O volume vendido em 2015 registra retração. Com esse cenário de queda nas receitas e investimentos, torna-se inviável a geração de empregos. Contudo, não podemos deixar a situação piorar. O empresário deve desenvolver ações que estejam ao seu alcance para garantir a sustentabilidade do seu negócio”, pontua Almeida.