8 de jan de 2015
O cenário internacional não se mostra muito favorável para o Brasil como esteve anos atrás. Desde a crise americana de 2008, foram vários fatos que impactaram no desempenho mundial. Mais recentemente, os baixos resultados da economia japonesa e União Europeia, a China crescendo menos, lentidão na melhora dos números americanos, preços do petróleo e commodities baixos e a crise na Rússia constroem um cenário não muito propício para uma economia brasileira que precisa voltar a crescer.
Os Estados Unidos já sinalizaram que irá aumentar a taxa de juros, apesar de utilizarem um tom de que isto ocorrerá de forma suave, é certo que haverá este ponto de inflexão. A implicação direta desta alteração de política monetária é a fuga de capital não só do Brasil, mas do mundo para a economia americana. O que preocupa, principalmente, os países emergentes. O aumento dos juros eleva a rentabilidade dos títulos de longo prazo americanos, e como são considerados seguros, a atração por eles é inevitável.
As leis do mercado são claras, quando a oferta é maior do que a demanda, o preço do bem reduz. É exatamente isto que está acontecendo no caso do petróleo. No entanto, existem questões estratégicas na manutenção de preços baixos do barril. A tentativa de um corte coordenado na produção falhou, seja por motivos relacionados a extração de petróleo de xisto americano ou pela redução de apenas parte dos membros da Opep gerar perda da fatia de mercado, o preço ainda estará baixo em 2015. Contudo, economias mais dependentes como Rússia, Venezuela e Irã sofrerão primeiro o efeito desse novo patamar de preço.
Em consequência da política de preços baixos do petróleo, dado a sua dependência, e também a outros fatores internos, como o apoio a separatistas na Ucrânia, a Rússia enfrenta uma crise que se expandirá para 2015. Nem mesmo um aumento de 6,5 p.p. na taxa de juros foi suficiente para manter capital no país. Muitos comparam com a crise de 1998, que na época afetou o Brasil. No entanto, atualmente, o Brasil possui um grande número de reservas, o que o deixa mais preparado para um possível contágio financeiro. Porém, as exportações para a Rússia, que cresceram dado as sanções ocidentais diminuirá.