30 de jun de 2023
A falta de incentivo para o sucesso desses negócios alimenta nosso atraso como estado e como país. Não precisa ser assim
Artigo: Nadim Donato, Presidente do Sistema Fecomércio MG, Sesc e Senac em Minas
Na semana em que se comemora o Dia Internacional das Micro, Pequenas e Médias Empresas (27/06), a Fecomércio MG vem a público enfatizar o alcance dessas organizações na sociedade e na economia do país.
Micro, pequenas e médias empresas estão entrelaçadas com as famílias brasileiras de um jeito ou de outro. Ou elas empregam milhões de famílias ou são mesmo formadas pelo núcleo familiar que tira do negócio o próprio sustento. É assim que esse diverso contingente empresarial se liga intensamente a nossa base social.
Esse universo de negócios que compõe mais de 90% das empresas nacionais está muito próximo das demandas e das experiências do dia a dia. É desse cotidiano rico e vivo que nasce uma imensidão de empreendedores vocacionada para atender, com serviços e processos inovadores, tantas demandas da sociedade. São pessoas atentas ao seu redor que mobilizam muita energia para se estabelecerem como comerciantes ou prestadores de serviços. As iniciativas desses homens e mulheres formam o acervo de cultura empreendedora do nosso país.
Nossa fortíssima cultura empreendedora merece ser valorizada e a melhor forma de prestigiá-la é prover condições realistas para que os pequenos negócios floresçam e se mantenham.
Comemoramos a criação de 1,3 milhão de empresas no Brasil de janeiro até abril neste ano, 144.230 em Minas Gerais, conforme dados do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Lamentamos que neste período de tempo 700 mil empresas tenham sido fechadas no país. É muita energia pessoal e financeira que se esvai com danos irreparáveis para quem passou longos dias, meses ou anos buscando se superar, mas que fracassou.
O fracasso de micro e pequenas empresas em grande escala precisa ser estancado e transformado no seu contrário, no sucesso delas, com as ferramentas certas. A falta de incentivo para o sucesso desses negócios alimenta nosso atraso como estado e como país. Não precisa ser assim. O Brasil está solidamente estruturado com entidades representativas do segmento do comércio de bens e serviços. A Fecomércio MG está preparada para assumir a sua responsabilidade e liderar a busca de soluções que garantam a sustentabilidade e longevidade das micro, pequenas e médias empresas.
Promissores micro, pequenos e médios negócios que fecham têm fácil diagnóstico. Falta-lhes planejamento para começar e prosseguir com segurança em um mercado que muda rapidamente. Admiráveis, a determinação e a resiliência pessoal de seus empreendedores precisam de suporte decisivo no que diz respeito ao conhecimento de ferramentas de gestão, sobre financiamento, sustentabilidade financeira e acesso permanente a informações de mercado e sobre a concorrência, cada vez mais digital e globalizada. Aprender a lidar com a tecnologia, conhecer a multiplicidade de canais de venda existentes, potenciais e concorrentes, tudo agregado a um plano de negócios consistente, é decisivo para qualquer estabelecimento de comércio ou de serviços na atualidade.
Minas Gerais, com seus 853 municípios, é um vasto campo para atuação e para a intervenção construtiva da Fecomércio MG que vê e compreende que desafios e oportunidades se multiplicam no setor terciário do estado.
Estamos cada vez mais focados na identificação das demandas do comércio por meio de nosso programa itinerante Fecomércio MG na Rua. Estamos mobilizando toda a classe empresarial para que nos agreguemos, exigindo que a reforma tributária não se omita sobre as empresas optantes pelo Simples Nacional. O segmento empresarial que mais emprega no país precisa obrigatoriamente ser inserido no debate histórico que pretende simplificar o sistema tributário para o país crescer.
Não é plausível que o objetivo da Reforma Tributária, de fazer o país se desenvolver, seja atingido sem o conhecimento da realidade das micro, pequenas e médias empresas. Estamos, como Federação que congrega dezenas de sindicatos empresariais e mais de 740 mil empresas, cientes do papel histórico que temos a cumprir. Que o Dia Internacional das Micro, Pequenas e Médias Empresas, criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), seja a oportunidade para reafirmarmos nosso compromisso em defesa do setor com nossos representados e com o desenvolvimento de Minas Gerais.