30 de out de 2023
A pesquisa Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC), analisada pelo Núcleo de Estudos Econômicos da Fecomércio MG, mostra que o indicador apresentou uma redução de 0,5 ponto em comparação com setembro, chegando a 112,2 em outubro. O valor do índice, acima dos 100 pontos, confirma que o empresário se mantém confiante em relação à economia, ao setor e à própria empresa de modo geral. Os dados analisados são da Confederação Nacional do Comércio (CNC) para Belo Horizonte.
As condições atuais do setor foram consideradas levemente piores em outubro, conforme 55,5% dos entrevistados da capital, queda de 0,4 ponto percentual frente a setembro. As empresas que comercializam bens duráveis são as que mais sentiram a piora das condições.
Em relação às condições atuais da empresa, a maioria dos empresários (55,3%) afirma que houve melhora, 0,4 ponto sobre setembro. Essa evolução foi percebida com mais intensidade por 70,0% dos empresários com mais de 50 funcionários. A melhora nas condições do estabelecimento é confirmada por 55,0% dos empresários com menos de 50 empregados.
Para a maioria dos empresários do comércio de Belo Horizonte, a condição atual da economia piorou (61,2%). A percepção de piora é maior entre os empresários com estabelecimentos com mais de 50 funcionários (69,4%).
Na comparação com setembro, os empresários reduziram a expectativa sobre o futuro da economia do país. Ainda assim, em outubro 70,3% confirmam visão positiva para o cenário econômico futuro.
Já a melhora do cenário para o setor do comércio é vista com menos confiança em outubro, em comparação com setembro. No mês corrente, 77,7% disseram acreditar em evolução positiva do setor. Essa mesma percepção foi indicada em setembro por 80,2% dos empresários do comércio da capital.
As expectativas dos comerciantes para suas empresas tiveram leve piora em outubro. Mesmo que 85,5% tenham reafirmado que mantêm expectativas de melhora nas vendas, o índice marcou queda de 0,4 frente à pontuação registrada no mês de setembro.
Olhar Econômico – por Stefan D’Amato – Economista-Chefe da Fecomércio MG
Após registrar o terceiro aumento consecutivo do Índice de Confiança do Empresário do Comércio em setembro, em outubro houve uma ligeira queda, que pode ser considerada como a manutenção do índice em um patamar de satisfação, atingindo 112,2 pontos. As empresas que oferecem bens não duráveis mostram-se mais confiantes, com um acréscimo de 2,5 pontos, alcançando 121,3, a pontuação mais alta do ano. Em contrapartida, os empresários que fornecem bens não duráveis (108,6) tiveram sua confiança reduzida em 6,8 pontos em relação ao mês anterior, enquanto os de bens duráveis estão ligeiramente mais confiantes, atingindo 106,2 pontos (aumento de 0,5).
A confiança dos empresários que oferecem bens duráveis consolidou sua recuperação, mesmo com um leve aumento no mês atual. Isso reforça a percepção de que as ações de controle macroeconômico estão surtindo efeito, e os empresários observam melhorias no poder de compra dos consumidores, somando com a chegada do 13º salário.
Ambos os indicadores, que medem as condições atuais do empresário do comércio, expectativas e investimentos, tiveram uma ligeira retração, indicando que os empresários estão aguardando maior estabilidade em sua tomada de decisões, à medida que os efeitos na economia e no ambiente de negócios se desdobram. É evidente que as condições atuais para os empresários do comércio estão insatisfatórias, persistindo desde fevereiro deste ano. A percepção das condições econômicas atuais desempenha um papel crucial nas decisões dos empresários e influencia suas estratégias de negócios e investimentos.
Os empresários com até 50 funcionários estão mais confiantes em relação à melhoria de seus negócios, especialmente aqueles que oferecem produtos semiduráveis. Esse otimismo é impulsionado pela expectativa de um desempenho positivo durante as próximas datas comemorativas, incluindo a Black Friday e o Natal, sendo este último o evento mais destacado.
A perspectiva de contratação entre os empresários está atualmente em um patamar notavelmente positivo, atingindo o pico desde o início do ano. Essa tendência se alinha com a expectativa de contratação no segundo semestre, que é tradicionalmente o período de maior demanda por mão de obra temporária no setor do comércio. Os empresários aproveitam esse período para fortalecer suas equipes, seja para lidar com um aumento significativo nas vendas ou para iniciar processos de renovação, aproveitando a natureza temporária como um período de teste e avaliação.
É relevante observar que as empresas com mais de 50 funcionários desempenham um papel crucial nesse indicador e representam o principal impulsionador dos planos de investimento dos empresários em Belo Horizonte, se tratando da contratação adicional de mão de obra. Quanto aos setores específicos, é interessante observar que o segmento de produtos semiduráveis liderou essa tendência de investimento no mês de setembro.
Em relação aos níveis de investimento e estoque, apesar de se manterem em uma condição insatisfatória, é crucial destacar que houve um aprofundamento, ainda que sutil, da insatisfação ao longo deste mês. Este fenômeno pode ser atribuído diretamente às consequências da redução no acesso ao crédito, um efeito colateral da persistente alta nas taxas de juros do país. Essa situação, por sua vez, está dificultando o aumento dos investimentos e a capacidade de atingir os níveis de estoque desejados por parte dos empresários do setor comercial.
Sobre a Fecomércio MG
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais integra o Sistema Fecomércio MG, Sesc e Senac em Minas e Sindicatos Empresariais que tem como presidente o empresário Nadim Donato. A Fecomércio MG é a maior representante do setor terciário no estado, atuando em prol de mais de 740 mil empresas mineiras. Em conjunto com a Confederação Nacional do Comércio (CNC), presidida por José Roberto Tadros, a Fecomércio MG atua junto às esferas pública e privada para defender os interesses do setor de Bens, Serviços e Turismo a fim de requisitar melhores condições tributárias, celebrar convenções coletivas de trabalho, disponibilizar benefícios visando o desenvolvimento do comércio no estado e muito mais.
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