15 de mar de 2019
As contas chegam, as dívidas se amontoam e a cena dos meses anteriores se repete. A situação incômoda de inadimplência, vivida por milhares de brasileiros, prejudica as finanças pessoais e do país, retirando muitas famílias do mercado de consumo e comprometendo a plena retomada da economia. A situação é causada, em vários casos, pela baixa educação financeira da população.
De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada pela Fecomércio MG, 31,3% das famílias de Belo Horizonte possuem algum pagamento em atraso. A situação afeta principalmente aqueles grupos com renda até dez salários mínimos, causando prejuízos, de forma mais direta, ao setor de comércio e serviços.
Um dos principais impactos do atraso nas contas é o desequilíbrio do fluxo de caixa das empresas, que geralmente pagam seus fornecedores em até 30 dias, mas parcelam seus produtos ou serviços aos clientes em até 90 dias. Por isso, quando há um acúmulo de inadimplentes, muitos empresários nessa situação acabam recorrendo a empréstimos para manter seus negócios.
No mês que marca o Dia do Consumidor (15/03), a Fecomércio MG apresenta algumas dicas para que empresários e clientes renegociem os débitos em atraso, reequilibrem suas finanças e mantenham aquecido o consumo das famílias.
Saiba priorizar as dívidas
O ponto de partida para quem deseja quitar ou receber atrasados é procurar a outra parte envolvida. Em seguida, cabe ao consumidor identificar quais contas possuem as maiores taxas de juros ou implicam em corte de serviços em caso de não pagamento. “Só depois disso, ele deve priorizar as dívidas de valor mais alto”, explica o economista da Fecomércio MG, Guilherme Almeida.
Reduza o valor devido
O credor tem tanto interesse em receber a dívida quanto o devedor tem em quitá-la. O empresário precisa desse dinheiro para pagar despesas operacionais e fornecedores. “Por isso, antes de aceitar uma proposta de renegociação, é essencial verificar se o cliente conseguirá honrá-la”, ressalta Almeida.
Mude o financiamento
Caso consumidor e empresário não cheguem a um acordo pela quitação integral da dívida, uma alternativa é alterar o tipo de financiamento usado, como ensina o economista da Fecomércio MG. “Trocar um débito mais caro por outro mais barato diretamente com a empresa é uma saída. Uma segunda opção é tomar um empréstimo com juros menores e quitar os atrasados.”
Continue vendendo
A afirmativa pode soar incoerente. Mas, segundo o especialista em vendas e colunista do portal Fecomércio MG, Erik Penna, outra forma de receber os atrasados é continuar vendendo à vista ao inadimplente. Neste caso, o credor, no ato da compra, deve impor a quitação de uma parte da dívida atrasada. “Assim, o cliente fica ativo e vai amortizando o débito antigo”, sugere.
Procure ajuda
No Dia do Consumidor, diversas entidades, como a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), realizam ações para renegociar dívidas em todo o país, com apoio dos Procons. “Cerca de 80% das pessoas que participam de mutirões chegam a um acordo”, informa Amaury Oliva, diretor de autorregulação da Febraban.
Fique atento
Mas, não é preciso esperar essa data para buscar consensos. Há vários órgãos à disposição para mediar acordos entre credores e devedores. Na capital mineira, o inadimplente pode procurar, em qualquer época, a Defensoria Pública Estadual (31 3349.9497), o Procon ALMG (31 2108.5500) ou o Procon Municipal (156).