8 de jan de 2015
Para controlar a inflação e iniciar uma trajetória rumo ao centro da meta, a taxa de juros básica da economia brasileira estará mais alta em 2015. Com o fechamento de 11,75% a.a. em 2014, a taxa poderá alcançar o nível de 12,75% até o final de 2015, dependendo, principalmente, das condições econômicas no primeiro semestre do ano. Um dos impactos do aumento da taxa de juros é o encarecimento do crédito, que afeta os consumidores e os empresários ao firmarem novos compromissos financeiros.
O cenário internacional não se mostra muito favorável para o Brasil como esteve anos atrás. Desde a crise americana de 2008, foram vários fatos que impactaram no desempenho mundial. Mais recentemente, os baixos resultados da economia japonesa e União Europeia, a China crescendo menos, lentidão na melhora dos números americanos, preços do petróleo e commodities baixos e a crise na Rússia constroem um cenário não muito propício para uma economia brasileira que precisa voltar a crescer. Dado isso, o foco passa ser ainda mais interno e, assim, 2015 será um ano de ajuste.
Por mais que seja necessário cautela no curto prazo, o médio e o longo prazo para o Brasil é otimista se o caminho a ser seguido e se as políticas adotadas favorecerem esse cenário. 2015 será um ano de políticas monetárias e fiscais restritivas, o que pressionarão ainda mais para baixo o crescimento. No entanto, o cenário de inflação controlada e rigidez de contas públicas é mais própicio para decisões de negócios conscientes do que um cenário com inflação no teto máximo e com um governo utilizando ”contabilidade criativa” para parecer que tudo esta em ordem. Apesar de iniciarmos um ano novo, o desafio brasileiro ainda é velho, o aumento de produtividade e competitividade sempre é algo almejado. E mais do que isso, elevação de poupança e investimento são essenciais para a retomada de crescimento, principalmente das parcerias públicas privadas, dado que o governo pretende reduzir gastos e assim seu potencial de investimentos ainda continuará baixo.