10 de abr de 2023
A evolução do otimismo é moderada e acompanha a tendência dos últimos meses
A Pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) de março, realizada pelo núcleo de Pesquisa e Inteligência da Fecomércio MG com base em dados coletados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em Belo Horizonte, registrou que a confiança do consumidor continua crescendo e chegou a 91,7 pontos; estava em 87,9 em fevereiro. A partir de 100 pontos, configura satisfação.
A evolução do otimismo é moderada, mas constante nos últimos meses e vem de fatores como a avaliação positiva sobre o emprego atual, por exemplo, que chegou a 123,7 pontos, superando o mês passado e o mesmo período de 2022.
A perspectiva profissional também apresenta melhora com 114,0 pontos, sendo que, para 54,7% dos entrevistados o responsável pelo domicílio terá alguma melhoria profissional nos próximos seis meses. A expectativa se mostra favorável tanto para as famílias que ganham até 10 salários-mínimos (53,0% delas) quanto para as que ganham acima de 10 salários-mínimos (65,9%).
A satisfação com a renda atual assumiu o valor de 108,0 pontos, menor do que a expectativa com a renda futura, mesmo assim 2,9 p.p. acima de fevereiro. Em relação ao mesmo período do ano passado, salta acima 25,8 pontos. Para 37,9% dos entrevistados, a renda da família está melhor em comparação com o mesmo período de 2022.
Embora o índice do nível de consumo tenha oscilado positivamente (+2,2 p.p sobre fevereiro) ainda reflete a insatisfação dos entrevistados, chegando aos 68,7 pontos. Para 52,7% deles, a família está comprando menos em comparação com 2022, sendo que 21,4% afirmam comprar mais atualmente.
A esperança de vir a consumir mais no futuro é maior do que o consumo efetivo na capital mineira. Embora abaixo do nível de satisfação, foram de 92,2 contra 85,0 verificada no mês passado. Para 40,2% o consumo será menor do que no segundo semestre do ano passado.
A expectativa de adquirir bens duráveis, que exige desembolso maior dos consumidores, embora tenha subido de um mês para outro, continua em patamar baixo. Veio de 39,0 em fevereiro para 43,9 em março refletindo pouca disposição para esse consumo específico. Os que acham mau o momento para os duráveis atinge 76,9% dos entrevistados.
O índice de acesso ao crédito apresentou um aumento nesta avaliação (3,0 p. p) se comparado com ao obtido na última análise. Já em relação à avaliação realizada em 2022, a desse ano supera em 22,2 pontos. 41,7% dos consumidores acreditam que está mais difícil conseguir empréstimo/crédito para compras a prazo, em comparação ao ano passado.
Apesar da recuperação, a alta dos juros pode ser um fator que reduza o crescimento de alguns setores do comércio, principalmente aqueles segmentos que dependem da venda a prazo (parcelada) em que a taxa de juros impacta diretamente no consumo das famílias. Cabe ressaltar o dinamismo do setor do comércio e sua capacidade de resiliência sendo uma das principais engrenagens da recuperação econômica não apenas do país, mas também do estado e dos municípios, afirma a Economista do Núcleo de Estudos Econômico da Fecomércio MG, Gabriela Martins.
A Fecomércio MG destaca que uma taxa de juros adequada também desempenha um papel importante no poder de compra dos consumidores e, consequentemente, no desempenho do varejo. Quando a taxa de juros está baixa, os consumidores têm acesso a crédito mais barato e podem gastar mais, o que aumenta a demanda por produtos e serviços e impulsiona as vendas do varejo. Portanto, é essencial que o governo esteja atento à política de juros e busque manter taxas adequadas para estimular o poder de compra dos consumidores e impulsionar a economia.
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