7 de jun de 2023
Segmento de não duráveis e duráveis lideram intenção de contratações
Empresários do comércio de Belo Horizonte estão otimistas com o desempenho das vendas no médio prazo e têm planos de investir na contratação de pessoal. A intenção foi captada pela pesquisa Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) realizada nos últimos 10 dias de abril na capital pelo Núcleo de Inteligência e Pesquisa da Fecomércio MG.
O ICEC projetado para maio alcançou o nível de confiança de 107,8 entre as empresas com mais de 50 funcionários e de 103,8 entre empresas com até 50 empregados. Entre os ramos de atividades, bens semiduráveis chegaram a 106,5 pontos no grau de confiança, seguidos por duráveis com 103,6 pontos e não duráveis com 102,0
Empresa de maior porte, não duráveis e duráveis planejam mais contratações
De acordo com o Índice de Investimento dos Empresários do Comércio (Iiec), que integra a pesquisa Icec de maio, 65,4% dos empresários entrevistados pretendem aumentar o quadro de funcionários. Entre as empresas de maior porte (com mais de 50 empregados), 66,7% têm a intenção de aumentar o número de funcionários. Entre as empresas com até 50 empregados, 65,4% têm expectativa de contratar.
O Índice de Investimento dos Empresários do Comércio atingiu a pontuação que indica confiança em maio com 100,9, sendo 1,7 ponto percentual abaixo da projeção apurada para abril.
O segmento que mais pretende contratar, conforme a pesquisa, é o comércio de não duráveis, com 17,9%, seguido por duráveis com 13,8%. Comerciantes do grupo de semiduráveis ficam em terceiro lugar na intenção de aumentar muito as contratações somando 7,5%.
Juro alto, endividamento, inflação e perda de competitividade afetam setor
A intenção dos empresários do comércio de investir no negócio se manteve em nível de confiança, acima de 100 pontos nos últimos doze meses o que mostra positividade no período pós-pandemia conforme a pesquisa. A mesma situação se configura tanto para empresas com mais de 50 funcionários quanto entre aquelas com até 50 empregados. Entre estas últimas, o cenário ainda é de recuperação do período de pandemia e até de pré-pandemia.
Antes, durante e depois da pandemia
Deve-se destacar que a capacidade de investimento para as empresas de pequeno porte, que constitui a vasta maioria do setor de bens e serviços representado pela Fecomércio MG, foi duramente impactada por fatores como alta da taxa de juros, queda no poder de compra das famílias, endividamento e inadimplência de famílias e estabelecimentos. Some-se a isso a concorrência desleal com o comércio de importados que somente em 2022 chegaram ao país num quantitativo 176,3 milhões de remessas internacionais.
Quando avaliados os últimos cinco quadrimestres (janeiro a abril), que inclui o período de pré-pandemia em 2019 até o pós-pandemia em 2023, o índice de investimento ficou acima de 100 pontos para os dois grupos de empresas, até 50 empregados e acima de 50 empregados. No entanto, as empresas de maior porte mantiveram seu potencial de investimento numa média de 117,52 pontos ao longo dos cinco quadrimestres. Neste período, aquelas com menos de 50 empregados alcançaram a média de 100,86, diferença a menor de 16,66 pontos.
Até 50 empregados | Mais de 50 empregados | |
1º quadrimestre de 2019 | 102,25 | 117,82 |
1º quadrimestre de 2020 | 107,12 | 126,25 |
1º quadrimestre de 2021 | 79,87 | 116,57 |
1º quadrimestre de 2022 | 111,22 | 113,35 |
1º quadrimestre de 2023 | 103,87 | 113,65 |
O quadro de investimento se agravou no auge da pandemia para o segmento de menor porte no primeiro quadrimestre de 2021 quando a média atingiu o patamar de 79,87. Em comparação, neste mesmo período as empresas com mais de 50 funcionários atingiram média de investimento de 116,57 pontos comprovando a capacidade de enfrentamento das empresas maiores.
Olhar Econômico – por Stefan D’Amato, economista-chefe da Fecomércio MG
Apesar da queda contínua no Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) nos últimos meses, os empresários ainda demonstram um otimismo elevado em relação ao futuro da economia, do setor comercial e das empresas em atividade. Essa confiança pode ter um impacto positivo na economia local, resultando em maior investimento e aumento do emprego em Belo Horizonte.
No entanto, foi observada uma redução nas expectativas dos empresários, principalmente nas empresas com até 50 funcionários. Essa queda pode estar relacionada à manutenção das taxas de juros em níveis impraticáveis, o que desestimula os setores dependentes de crédito. Por outro lado, as empresas com mais de 50 funcionários conseguiram manter suas expectativas estáveis ou até mesmo aumentá-las ligeiramente.
É importante destacar que a redução dos investimentos por parte dos empresários do varejo pode ter consequências negativas a longo prazo. A falta de investimento pode limitar a capacidade de inovação e crescimento do setor, levando à estagnação. Portanto, é crucial que os empresários encontrem maneiras de manter seus investimentos e buscar soluções criativas para enfrentar os desafios atuais e futuros.
As condições atuais do empresário do comércio também foram avaliadas, revelando uma piora nas condições econômicas. Isso influenciou o Índice de Investimento do Empresário do Comércio (IIEC), que registrou uma redução em relação ao mês anterior, embora ainda se mantenha acima dos 100 pontos. Essa redução no investimento pode ser um reflexo da insatisfação com as condições atuais.
Empresas de menor porte foram mais impactadas, com cerca de 70% delas relatando uma piora na economia. Esse efeito foi mais pronunciado nas empresas com até 50 funcionários. Por outro lado, observou-se melhorias nas condições atuais das empresas com mais de 50 funcionários, impulsionadas principalmente pelo segmento de produtos semiduráveis.
Apesar dos desafios enfrentados, os empresários do comércio mantêm um otimismo significativo em relação ao cenário econômico brasileiro, ao setor do comércio e às empresas em geral. O investimento futuro será direcionado para a expansão da mão de obra, com destaque para as empresas de menor porte, impulsionadas pelo setor de bens duráveis. Essa perspectiva positiva pode indicar que os empresários estão acompanhando as mudanças no mercado e se preparando para aproveitar as oportunidades que surgirão. No entanto, é essencial que eles sejam ágeis, flexíveis e adotem estratégias de gestão e marketing que possam ajudá-los a se adaptar às mudanças e se manterem competitivos.
Apesar das medidas de transferência de renda, como o Bolsa Família e o 13º salário para aposentados, juntamente com a redução da inflação e o aumento do emprego, era esperado que houvesse uma melhora na perspectiva dos empresários do setor. No entanto, o cenário não é favorável devido a um obstáculo significativo: o alto endividamento das famílias. Essa situação impede o aumento do consumo e desacelera o setor de comércio, dificultando a retomada econômica.
Sobre a Fecomércio MG A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais, é a maior representante do setor terciário no estado, atuando em prol de mais de 568 mil empresas mineiras. Juntos com Sesc, Senac e Sindicatos Empresariais, a entidade integra a Confederação Nacional do Comércio (CNC), atuando junto às esferas pública e privada para defender os interesses do setor de Bens, Serviços e Turismo, a fim de requisitar melhores condições tributárias, celebrar convenções coletivas de trabalho, disponibilizar benefícios visando o desenvolvimento do comércio no estado e muito mais. Há 84 anos fortalecendo e defendendo o setor, beneficiando e transformando a vida dos cidadãos.
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