17 de abr de 2018
A comunicação sempre foi um elemento essencial para a sociedade, desde a pré-história, quando o homem usava as paredes das cavernas para criar relatos. Atualmente, as empresas vêm utilizando essa estratégia de ‘contação de histórias’ como uma ‘carta na manga’ para os negócios. Aperfeiçoada a cada dia pela publicidade, essa técnica, chamada de storytelling, tem como objetivo estabelecer um relacionamento de confiança e proximidade com o cliente.
As grandes corporações do mundo fazem uso dessa estratégia há alguns anos. Porém, cada vez mais, o storytelling tem se destacado entre as empresas de pequeno e médio portes, mudando a forma como se comunicam. “As pessoas estão cansadas de discursos com frases do tipo: compre isso ou faça aquilo. O cliente quer tomar a decisão de compra por entender a sua real necessidade”, ressalta o supervisor de Marketing da Fecomércio MG, Everton Silva.
Para ele, boas histórias que exploram mensagens de humor ou o caráter emocional têm mais chances de atrair a atenção do potencial consumidor, aumentando as possibilidades de efetivação da venda. Esse tipo de narrativa, criativa e sensível, reforça ainda mais a empatia entre o cliente e a marca representada, razão do sucesso da estratégia.
Pelo storytelling, as empresas buscam atrelar as histórias a acontecimentos reais do dia a dia das pessoas. Dessa forma, o cotidiano se torna uma ferramenta de identificação do consumidor com o produto ou serviço que está sendo apresentado pela mensagem.
Caminho para os negócios
A estratégia pode ser usada, inclusive, para identificar boas oportunidades de negócios e fazer com que o empreendedor descubra seus propósitos e missões. Em artigo publicado na Revista PEGN, o professor de empreendedorismo da Universidade de Indianápolis (EUA), Marcos Hashimoto, ressalta que ao narrar a própria história, essa pessoa mergulha no seu passado e enfatiza momentos cruciais da sua vida, responsáveis por definir o sujeito à frente do negócio.
O professor sugere três componentes para um storytelling: o ‘eu’, o ‘nós’ e o ‘chamado’. O ‘eu’ cria o clima da história e insere o empreendedor dentro dela. O ‘nós’, segundo Hashimoto, estabelece a empatia entre quem conta e quem ouve o relato. Por fim, há o chamado para a ação, o momento de despertar no consumidor o desejo de ter ou utilizar determinado produto ou serviço.
Após a ‘contação de histórias’
Feito o storytelling, e estabelecido o primeiro contato com cliente, o empresário que converter a mensagem em vendas deve criar uma logística para que o pós-venda de sua empresa mantenha e até mesmo supere a qualidade vista ao fechar o negócio. “Um consumidor satisfeito, encantado com todo o processo, faz indicações, o chamado “boca a boca”, levando a empresa a conquistar mais clientes e garantir um rendimento em médio e longo prazos”, observa Silva.
Para o supervisor de Marketing da Federação, todo esforço é válido para atrair clientes. “As opções de narrativas são várias e as mídias sociais se mostram cada dia mais importantes para a conversão de vendas, principalmente quando o assunto é custo-benefício”, encerra.