11 de abr de 2019
Kelly Figueiredo – assessora administrativa e política da Presidência da Fecomércio MG
Uma pergunta clássica entre os empreendedores é: por que algumas empresas perduram por anos no mercado e outras encerram as atividades tão rápido? No país, os casos de negócios fechados de forma prematura são comuns. De acordo com o relatório do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a cada quatro estabelecimentos abertos em território nacional, um acaba antes de completar dois anos de existência. Entre os diversos motivos que colaboram para essa estatística está a falta de planejamento estratégico.
Segundo Michael Porter, um dos principais especialistas contemporâneos sobre o tema e professor na Escola de Negócios da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, o conceito de estratégia envolve um conjunto de ações ofensivas ou defensivas para se estabelecer uma posição em uma determinada corporação. Com um plano, é possível enfrentar com sucesso as forças competitivas e obter um retorno maior sobre o investimento realizado.
Para o empreendedor que deseja crescer, um dos primeiros passos é dedicar tempo para a criação de um planejamento estratégico. Elaborar esse material ajuda a empresa a ter boas perspectivas em relação ao negócio e prever formas de incrementar a atuação. O cenário econômico instável em que se encontra o país também exige que as organizações se reinventem e identifiquem possibilidades para se reestruturar.
Entretanto, é impressionante o número de estabelecimentos que não aplicam essa ferramenta. Um levantamento feito pela consultoria 5A Company, com 120 empresas de médio e grande porte das regiões Sul e Sudeste do país, aponta que 96% dos gestores consideram o planejamento estratégico é muito importante para o sucesso empresarial. Porém, 61% desses negócios não possuíam um plano de atuação, um sinal da falta de maturidade das organizações brasileiras.
Mas, como iniciar um planejamento? Como o próprio significado da palavra indica, planejar requer eficiência, informações adequadas e, claro, profissionais com conhecimento de mercado. Essas características ajudam a alinhar as definições de processo ou mesmo de decisões a missão, visão e valores da empresa. Por isso, é importante que esse plano tenha como ponto de partida três perguntas: onde estou? Para onde quero ir? Como chegar lá?
Sendo assim, o primeiro passo é fazer um estudo para definição dos pontos fortes e fracos de todos os departamentos, a chamada análise Swot, uma abreviação das palavras em inglês strengths, weaknesses, opportunities e threats, que significam forças, fraquezas, oportunidades e ameaças, respectivamente.
Após essa etapa, construa com a equipe os planos de ações. Outro fator importante é montar um projeto norteado em sua proposta orçamentária. Assim, você irá mapear todas as ações para alcançar um planejamento real com foco no resultado. Lembre-se de estipular metas, engajar os colaboradores, monitorar as ações dia a dia e, até mesmo, verificar o andamento do mercado. Assim, é possível identificar se será preciso rever as metas e recalcular a rota, pois os ajustes no decorrer do ano são comuns.
Portanto, o planejamento estratégico é um processo contínuo de criação, implementação e avaliação de decisões, que orientam e possibilitam a organização atingir seus objetivos. Ele é primordial diante de tantas transformações que estão ocorrendo nestes últimos anos no mercado, pois permite à empresa impulsionar seus esforços na direção correta, auxiliando para que ela tenha um diagnóstico de oportunidades e melhorias. Então, organize-se!
Artigo publicado no jornal Diário do Comércio