22 de jan de 2015
Em 2014, o Brasil contabilizou um déficit de US$ 3,930 bilhões na balança comercial. O pior, desde 1998. Uma projeção para 2015, elaborada pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), aponta que as exportações sofrerão uma queda de 4,3%. Já para as importações, a previsão é de uma redução de 9,8%.
Estes números, que indicam um superávit de 8,1% em 2015, parecem positivos, mas não são, segundo análise do presidente da AEB, José Augusto de Castro, em entrevista para a Confederação Nacional do Comércio de Bens Serviços e Turismo (CNC). Ele explica que o superávit será obtido graças à queda nas importações e não pelo aumento das exportações. O resultado final, portanto, é negativo para economia, pois representa menor atividade econômica.
Ainda segundo as previsões, as três principais commodities brasileiras (minério de ferro, petróleo e soja) devem continuar com os preços em declínio. Isso porque, nos últimos anos, as altas cotações estimularam a produção. O cenário atual, no entanto, mostra que a oferta cresce mais que a demanda, o que provoca uma queda natural nos preços.
Todos esses fatores reforçam a tendência de declínio da participação do Brasil nas relações internacionais. O resultado, se confirmado, colocará o Brasil no 25° lugar no ranking mundial dos países exportadores.
Em 2014, foi registrada queda real nas exportações de manufaturados. Para mudar esse cenário e fortalecer o comércio exterior, o presidente da AEB aponta o que é necessário fazer: “Reformas estruturais na área tributária e na área trabalhista, além de investimentos em infraestrutura para reduzir o custo de logística e a burocracia”.