Greve dos caminhoneiros gera prejuízos ao comércio de BH

30 de maio de 2018

A atual greve dos caminhoneiros entrou para a história como a maior paralisação da categoria no país, superando os oito dias de protestos realizados em 2015. Uma estimativa da Fecomércio MG, com base em cálculos da Fecomércio paulista, mostra que o prolongamento da manifestação gera um prejuízo diário de R$ 469,8 milhões ao varejo de Minas Gerais. No país, as perdas em vendas chegam a R$ 5,4 bilhões ao dia.

Para captar as impressões sobre os impactos da greve em Belo Horizonte, a Federação realizou um levantamento nessa segunda-feira (28/05). A amostragem considera 92 empresas de dez segmentos do comércio varejista da cidade. Nesse estrato, todos avaliam que a greve afeta os estabelecimentos que administram. “A dificuldade de transporte de produtos pelas rodovias compromete a economia como um todo, em função de um ‘efeito cascata’. Nenhum elo da cadeia produtiva é poupado”, salienta o economista da Fecomércio MG, Guilherme Almeida.

Em 30% desses comércios, o expediente encerrou mais cedo e 14% deixaram de funcionar por algum dia. Entre os principais impactos da paralisação apontados pelos empresários estão o baixo fluxo de clientes/vendas (67%), a falta de estoques (40%), a falta de insumos para o funcionamento da loja (16%), a ausência de funcionários (10%) e os atrasos de funcionários (3%). Os percentuais refletem o total de entrevistados que elencaram cada item.

O levantamento ainda revela que 97,8% desses empresários têm acompanhado os resultados da manifestação. Para 62%, o fim da paralisação virá acompanhado de mudanças. As mais citadas foram a diminuição dos impostos (21,1%), a queda no valor dos combustíveis (17,5%) e as políticas voltadas exclusivamente aos caminhoneiros (12,3%).

Avaliação sobre o governo

Apenas 3,3% acreditam que o governo está agindo de forma eficaz frente à situação atual. Em nota, a Fecomércio MG manifestou entender que “a situação chegou a esse ponto em função, principalmente, de constantes aumentos de tributação sobre bens de primeira necessidade, a exemplo dos combustíveis e da energia elétrica, utilizados em toda a cadeia produtiva.”

Para a entidade, a solução para o atual quadro não pode vir acompanhada de majoração da carga tributária incidente sobre os empresários e a sociedade. De acordo com o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, a redução do preço do diesel terá um impacto de R$ 9,5 bilhões nos cofres públicos até o fim do ano. Para compensar a perda, o governo já se movimenta para reonerar a folha de pagamento de diversos setores, gerando uma compensação de R$ 3 bilhões em 12 meses.

Foto: Tânia Rêgo/ABr

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