7 de jul de 2020
Readaptar, reinventar e planejar foram algumas das palavras mais praticadas pelos empresários nos últimos meses em virtude da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). A escolha não foi por acaso: com a paralisação de inúmeras atividades e a adoção de medidas de distanciamento social, o comportamento da população mudou. Mas, embora tenham contribuído para preservar milhares de vidas, tais soluções afetaram o desenvolvimento econômico de todo o Brasil.
Apesar disso, aos poucos, algumas regiões do país vêm retomando suas atividades gradativamente. Essa flexibilização começou nos meses de maio e junho, quando centenas de cidades brasileiras iniciaram a reabertura do comércio. Com isso, o forte impacto financeiro causado pela pandemia começou a ser minimizado. De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), ao longo das três primeiras semanas de junho, a retomada de alguns segmentos do comércio reduziu as perdas no setor em R$ 9,14 bilhões.
Em Minas Gerais, o efeito positivo do início da flexibilização resultou em um giro de vendas de R$ 600 milhões. “As medidas de isolamento social e a paralisação das atividades pegaram o empresário de surpresa. Com isso, milhares de empresas do setor terciário precisaram se adaptar à nova realidade, buscando soluções para continuar funcionando, como a implantação de delivery e e-commerce. Mas, ao primeiro sinal de reabertura, já se percebe a capacidade de reação do setor”, observa a presidente interina da Fecomércio MG, Maria Luiza Maia Oliveira.
Porém, devido ao avanço dos casos de Covid-19, o processo de flexibilização do comércio foi interrompido na última semana em várias cidades de Minas Gerais, incluindo na capital. A Federação tem acompanhado, com grande preocupação, o crescente número de casos da doença, e alerta que o momento exige união pela saúde da população e pela manutenção da economia, condições essenciais para a recuperação social e econômica do Estado.
“É natural a apreensão e a preocupação do empresário diante da falta de previsibilidade sobre a reabertura das atividades empresariais. Por isso, reforçamos o pedido para que todos fortaleçam o compromisso em zelar pela saúde, seguindo as orientações de prevenção, controle e combate ao coronavírus. Não por acaso, muitos empresários estão enfrentando inúmeras dificuldades para conseguir manter as suas atividades funcionando e aguardam, com grande esperança, a retomada total das atividades, pois assim poderão manter vivas suas empresas e conseguir se recuperar dessa crise”, reforça Maria Luiza.
Além disso, milhares de estabelecimentos ainda aguardam para retomarem suas atividades em Minas Gerais. A situação causa nos empresários do comércio de bens, serviços e turismo temor de que o índice de desemprego acelere em todo o território mineiro. Essa preocupação é fundamentada pelos dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) em maio. Na ocasião, foram extintas 88.298 vagas de trabalho formal em Minas Gerais, sendo 20 mil postos de trabalho só em Belo Horizonte.
Diante desse cenário, a presidente interina aponta a necessidade de se fortalecer, ainda mais, o trabalho conjunto entre o setor produtivo, a sociedade e o Estado. “Precisamos confiar que toda essa situação seja restabelecida no menor tempo possível, mediante o diálogo constante entre o poder público, as entidades empresariais do Estado e a sociedade. Só com a união de todos, conseguiremos equilibrar as demandas sociais e econômicas, sem perder o controle em relação ao avanço da doença nas cidades mineiras”, finaliza Maria Luiza.