3 de jun de 2019
A geração de empregos tem sido um dos fatores mais resistentes para a plena recuperação da economia. Alguns tipos de empreendimentos, no entanto, têm se destacado nesse quesito, como as micros e pequenas empresas (MPEs). No acumulado dos quatro primeiros meses de 2019, eles foram responsáveis pela criação de quase 300 mil novos postos de trabalho. Apesar de significativo, o número ainda está 14,4% abaixo do saldo gerado no mesmo período de 2018.
O resultado faz parte de um levantamento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia. O estudo também apontou que, no mês de abril, as micros e pequenas negócios abriram 93,7 mil postos de trabalho formal. O percentual equivale a 72,3% das vagas criadas no país (129,6 mil) e quase três vezes o total gerado pelas médias e grandes empresas.
Serviços se destaca
No primeiro quadriênio, o campeão de novos empregos foi o setor de serviços, responsável pela abertura de 193 mil postos de trabalho formal nas MPEs (69% do total). Já no setor do comércio, os micros e pequenos negócios registraram saldos negativos, mais uma vez, demitindo mais que do contratando. Entretanto, em abril, eles geraram mais de 10 mil empregos.
O economista da Fecomércio MG, Guilherme Almeida, explica que o saldo ainda negativo no período se deve à falta de confiança no cenário econômico. “Com o consumidor mais cauteloso, consumindo menos produtos de maior valor, e os empresários e investidores postergando investimentos, a atividade econômica se mantém fraca, impactando os diversos setores da economia”, declara.
No mês de abril, o saldo foi positivo em todos os setores, embora, mais uma vez, os micros e pequenos negócios na área de serviços tenham se destacado, abrindo 55 mil postos de trabalho formal. O número é 3,6 vezes maior que o registrado pelas MPEs da construção civil, que aparecem em segundo lugar na lista. Nesse setor, as médias e grandes empresas fecharam mais de mil postos de trabalho, enquanto os micros e pequenos negócios abriram mais de 15 mil vagas.
Pelo Brasil
Minas Gerais foi o segundo Estado em geração de empregos no país, com 14,7 mil novas vagas, perdendo apenas para São Paulo (29,3 mil). Se somadas, as MPEs da Região Sudeste geraram 52,9 mil empregos no país em abril, seguidas pelos micros e pequenos negócios da Região Nordeste, que acumularam 17,8 mil. Com exceção do Rio Grande do Sul, todos os demais Estados brasileiros registraram mais contratações que demissões entre as MPEs.