MPE´s sofrem com juros e endividamento do consumidor em Belo Horizonte

10 de jul de 2023

Maiores empresas e bens não duráveis sustentam confiança do comércio

De acordo com a pesquisa Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC), realizada pelo Núcleo de Pesquisa e Inteligência da Fecomércio MG no final de junho, o comerciante de Belo Horizonte indica grau positivo de confiança em geral. Chama a atenção o fato de a confiança ter aumentado entre as empresas de maior porte e ter tido recuo entre aquelas com menos de 50 funcionários. Enquanto as de maior porte saíram de 107,8 em maio para 111,6 pontos em junho, entre as de menor porte, o índice de confiança oscilou de 103,8 para 101,0 pontos no período. O aumento da confiança de um mês para outro também é visto no segmento de não duráveis que atingiu 110,9 em junho, tendo saído de 102,0 em maio. O índice de confiança é positivo a partir de 100 pontos.

Os dados apontam que as empresas maiores conseguem maior sustentação e capacidade de operar nas condições atuais de juros altos e endividamento das famílias, assim como o segmento de não duráveis que consegue atrair um consumidor com margem de gasto apertada.  

A percepção sobre as condições atuais da economia, do setor do comércio, dos negócios e do momento do próprio empresário continua positiva registrando 0,9 ponto a maior do que em maio. Entre todas as situações atuais, a condição atual da empresa aparece como o indicador mais positivo entre todas as condições atuais observadas alcançando 90,6 pontos.

Entre as empresas com mais de 50 empregados, o índice de confiança na situação do negócio chega a 120 pontos. No segmento de não duráveis, a confiança na empresa chega a 104,5 pontos. A situação atual da empresa fica abaixo dos 100 pontos para estabelecimentos com menos de 50 funcionários e demais segmentos de atuação do comércio da capital.

A avaliação sobre a economia brasileira é de que a situação piorou para 71,9% dos empresários. Sobre o desempenho do setor, para 35,6% a situação do comércio melhorou e para 64,4% dos empresários, o comércio teve piora no desempenho.   

Contrariando a avaliação sobre a situação atual da economia e do setor, os empresários declaram grau de expectativa elevado, ainda que 2,9 pontos abaixo do que o mês anterior. No final de junho, o Índice de Expectativa do Empresário do Comércio fechou em 129,8 pontos.  Empresas de maior porte mostraram-se mais otimistas do que as de menor porte. A expectativa das empresas comerciais com mais de 50 empregados chegou a 148,1 pontos e o segmento de não duráveis foi a 153 pontos.  

Olhar Econômico  – Stefan D’Amato – Economista-Chefe da Fecomércio MG

A confiança dos empresários brasileiros vem apresentando uma tendência de queda desde o início de 2023, chegando a um ponto próximo da neutralidade, onde eles deixam de estar confiantes. Essa desconfiança é ainda mais pronunciada entre os empresários com empresas de até 50 funcionários, em comparação com aqueles que possuem empresas maiores.

A ampliação dessa disparidade na confiança ao longo do tempo pode ser atribuída a fatores como as atuais condições econômicas, especialmente o aumento do endividamento das famílias, a inflação elevada e as altas taxas de juros, que acabam desestimulando o consumo.

Outro indicador importante, o Índice de Expectativa do Empresário do Comércio (Ieec), se mantém em patamares elevados, apesar de ter registrado sua terceira queda consecutiva. Esse índice mede a expectativa de curto prazo dos empresários em relação à economia brasileira, ao setor de comércio e aos seus próprios estabelecimentos. As expectativas mais otimistas estão voltadas para as empresas em si, seguidas pelo setor de comércio e, por fim, pela economia brasileira como um todo. Esse otimismo pode ser justificado pelas melhorias projetadas no cenário econômico, incluindo redução da inflação, taxas de juros mais baixas a longo prazo e políticas de renda e financiamento para famílias inadimplentes.

Destaca-se que as empresas com mais de 50 funcionários demonstram maior cautela em relação à economia brasileira, embora ainda mantenham confiança nas políticas econômicas. Por outro lado, as empresas com menos de 50 funcionários têm maior confiança na economia em si. Especificamente, empresas do segmento de semiduráveis estão entre as mais cautelosas, devido às dificuldades de crédito e à falta de demanda causada pelo baixo dinamismo da economia.

Dadas essas dificuldades, os investimentos, embora estejam em um patamar de baixa satisfação entre os empresários, têm priorizado a folha de pagamento, principalmente nas empresas com mais de 50 funcionários. O setor de não-duráveis é o que mais está investindo em contratações, com destaque para alimentos, bebidas, produtos de higiene pessoal, limpeza doméstica, cosméticos e farmacêuticos, entre outros. Porém, investimentos em estoques e na empresa em geral têm sido adiados, devido à dificuldade de acesso ao crédito.

A principal preocupação atual dos empresários é o cenário econômico brasileiro, uma vez que, apesar das expectativas otimistas para os próximos dois anos, os efeitos sobre o consumo, a carga tributária e o acesso ao crédito continuam a dificultar o trabalho dos empresários, que precisam cumprir com suas obrigações e realizar investimentos em um ambiente desafiador.

Sobre a Fecomércio MG

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais, é a maior representante do setor terciário no estado, atuando em prol de aproximadamente 750 mil empresas mineiras. Juntos com Sesc, Senac e Sindicatos Empresariais, a entidade integra a Confederação Nacional do Comércio (CNC), atuando junto às esferas pública e privada para defender os interesses do setor de Bens, Serviços e Turismo, a fim de requisitar melhores condições tributárias, celebrar convenções coletivas de trabalho, disponibilizar benefícios visando o desenvolvimento do comércio no estado e muito mais.

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