<strong>Pesquisa mostra alta da inadimplência em BH associada</strong><strong> à renda das famílias</strong>

15 de jun de 2023

92,2% dos consumidores da capital estão endividados

A taxa de inadimplência das famílias de Belo Horizonte está diretamente ligada aos seus rendimentos, é o que mostra a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada nos últimos 10 dias do mês de maio pelo Núcleo de Inteligência e Pesquisa da Fecomércio MG.

Cerca de metade das famílias da capital possui pelo menos um compromisso financeiro em atraso (49,9%), mas o índice de endividamento é 19,3% maior entre aquelas que ganham até 10 salários mínimos. Esse grupo é o maior, representando 56,3% do total de famílias. O outro grupo, menos endividado, é o das famílias que ganham 10 ou mais salários (37,0%). 

A dificuldade das famílias com rendimentos mais baixos para pagar as contas em dia também é confirmada pelo número das que acham que não terão condições de quitar os compromissos financeiros no próximo mês.

Ao todo 9,9% das famílias encontram-se nesta situação que teve recuo de 1,0 ponto em relação ao mês anterior (10,9%). A incapacidade financeira para dar conta de pagar as dívidas é 21,5% maior entre as famílias com renda menor ou igual a 10 mínimos, em comparação com aquelas de renda a partir de 10 salários mínimos (8,7%).

Já entre os consumidores considerados individualmente, 19,8% entendem que não terão condições de honrar, no próximo mês, com os compromissos adquiridos.

Entre as famílias com contas pendentes, 33,1% afirmam que essas contas ultrapassam 90 dias. A pesquisa também mostra que as dívidas estão atrasadas, em média, há 53,9 dias.

Endividamento

Ao todo, conforme a PEIC, 92,9% dos consumidores de Belo Horizonte possuem algum compromisso financeiro – percentual 2,2 ponto maior que no mês anterior, sendo que 50,2% se consideram pouco endividados nessa edição.

O principal compromisso financeiro assumido pelos consumidores de Belo Horizonte continua sendo o cartão de crédito. Em maio, 91,2% se comprometeram com essa modalidade.

Grande parte das famílias endividadas envolveu a sua renda por um período de até três meses, enquanto 55,5% possuem compromissos por tempo igual ou superior a 90 dias. O tempo médio de comprometimento de renda é de 5,6 meses.

As dívidas comprometem mais de 10% da renda familiar em 69,6% dos casos, sendo 15,8% o percentual de famílias com dívidas que envolvem mais de 50% do orçamento mensal. Em média, as dívidas comprometem 27,6% do orçamento do mês.

Olhar Econômico, por Stefan D’Amato, economista-chefe da Fecomércio MG

No mês de maio de 2023, observou-se uma redução na proporção de pessoas incapazes de pagar suas dívidas em Belo Horizonte, atingindo 9,9% dos consumidores entrevistados, saindo de 11,1% referente ao segundo mês anterior. No entanto, o número de pessoas com contas em atraso aumentou em relação ao mês anterior, chegando a 49,9% dos entrevistados. Além disso, a proporção de consumidores endividados atingiu o nível mais alto desde 2014, chegando a 92,9%.

O endividamento e a inadimplência estão diretamente ligados à renda dos consumidores e à taxa de juros da economia. A taxa básica de juros, Selic, permaneceu em 13,75% por sete reuniões consecutivas do COPOM, desde 11 de janeiro de 2017. Esse cenário pode explicar o elevado endividamento dos consumidores, que pode ser resultado do aumento dos juros não previsto pelos consumidores, levando a um descontrole financeiro. No entanto, a maioria dos consumidores, independentemente de sua faixa salarial, acredita estar pouco endividada.

O cartão de crédito é o principal vilão das dívidas, representando 91,2% dos consumidores, com uma proporção menor para famílias de renda inferior a 10 salários mínimos (90,3%) e maior para famílias com renda acima desse patamar (97,2%). É importante que os consumidores estejam cientes dos juros do cartão de crédito e evitem pagar apenas o valor mínimo da fatura, a fim de evitar a inadimplência.

O atraso no pagamento das contas é mais evidente para o grupo com renda inferior a 10 salários mínimos, com 56,3% dos entrevistados não conseguindo pagar todas as contas em dia. Essa proporção é significativamente menor para o grupo com renda acima de 10 salários mínimos, atingindo 37% dos entrevistados. Indivíduos com renda mais elevada têm maior probabilidade de economizar e investir, reduzindo assim a necessidade de recorrer a empréstimos e crédito para financiar suas necessidades e desejos.

A maioria das famílias de maior renda, acima de 10 salários mínimos, consegue pagar integralmente suas dívidas (57,7%), enquanto a maioria das famílias de menor renda paga as contas de forma parcial (42,9%). É preocupante que 21,5% das famílias de menor renda não consigam quitar suas dívidas. O atraso nos pagamentos é maior para as famílias de menor renda, chegando a 90 dias, enquanto as famílias com renda acima de 10 salários mínimos tendem a pagar em até 30 dias de atraso. Esse padrão se mantém desde o início do ano. Apesar disso, as dívidas não apresentam valores muito elevados, correspondendo a cerca de 11% a 50% da renda, e o padrão de endividamento dura em média três meses, independentemente da faixa de renda das famílias.

Sobre a Fecomércio MG

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais, é a maior representante do setor terciário no estado, atuando em prol de mais de 568 mil empresas mineiras. Juntos com Sesc, Senac e Sindicatos Empresariais, a entidade integra a Confederação Nacional do Comércio (CNC), atuando junto às esferas pública e privada para defender os interesses do setor de Bens, Serviços e Turismo, a fim de requisitar melhores condições tributárias, celebrar convenções coletivas de trabalho, disponibilizar benefícios visando o desenvolvimento do comércio no estado e muito mais.

Há 84 anos fortalecendo e defendendo o setor, beneficiando e transformando a vida dos cidadãos.

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