26 de mar de 2018
O total de riquezas geradas em Minas Gerais registrou expansão em 2017. De acordo com a Fundação João Pinheiro (FJP), o Produto Interno Bruto (PIB) mineiro cresceu 0,6% no ano passado, depois de três anos consecutivos de queda. Contudo, a elevação do indicador no Estado foi menor do que a apresentada no Brasil. Na média nacional, o PIB subiu 1%, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em Minas Gerais, o setor terciário se sobressaiu (1,3%), puxando a recuperação do PIB. O comércio registrou um avanço de 2,5%, com destaque para os segmentos de tecidos, vestuários e calçados (7,6%) e o de supermercados e hipermercados (1,8%). Já em serviços, o segmento de transportes (0,9%) obteve o melhor desempenho. “O setor interrompeu o ciclo de retração do biênio 2015-2016, algo fundamental, pois ele corresponde a 73% do valor adicionado para a riqueza local”, afirma o economista da Fecomércio MG, Guilherme Almeida.
No setor industrial, o PIB permaneceu negativo em 2017 (-1,4%). As quedas mais significativas aconteceram nos segmentos de energia e saneamento (-7,2%) e de construção civil (-6,4%). Na contramão, a indústria extrativa mineral cresceu 3,4% e a indústria de transformação teve acréscimo de 1,3%.
A agropecuária, principal destaque do PIB brasileiro, impediu um crescimento maior desse índice no Estado. “No Brasil, a safra recorde foi responsável pela expansão do PIB. A colheita foi 30% superior à de 2016, principalmente em função do aumento da produção de milho (55,2%) e de soja (19,4%), culturas típicas do Centro-Oeste. Já em Minas, o desempenho ruim do café arábica (-18,3%) e da produção de leite (sem nº consolidado) contribuíram para o recuo do setor primário”, declara Almeida.
Segundo Almeida, a melhora de 0,9% no indicador para o quarto trimestre foi decisiva para o resultado final do PIB mineiro. Essa análise leva em conta variações sazonais em relação ao trimestre anterior. “Outras culturas, que não o café arábica, colaboraram para o desempenho positivo do PIB. As produções de uva (16,4%), banana (9,6%), cana de açúcar (1,5%) e as terceiras safras de feijão (3,9%) e batata inglesa (1,6%) alavancaram a agropecuária no período, cuja melhora foi de 9%”, finaliza.