1 de mar de 2019
O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro expandiu 1,1% em 2018, o que representa, em valores correntes, a soma de R$ 6,8 trilhões. De acordo com os números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o indicador manteve a mesma taxa de crescimento de 2017. Esta é a segunda alta após dois anos consecutiva de queda: 3,5% em 2015 e 3,3% em 2016.
O resultado confirmou as expectativas do mercado, que já apontava para um crescimento tímido da economia por ocasião dos impactos da greve dos caminhoneiros no primeiro semestre do ano passado, da incerteza das eleições gerais e do cenário econômico internacional.
O economista da Fecomércio MG, Guilherme Almeida, ressalta que a economia brasileira ainda não se recuperou suficientemente para compensar a retração durante a crise. “Muitos fatores estruturais embargam esse movimento. Há a expectativa de que, com a aprovação da pauta reformista, a situação fiscal do governo melhore e as condições econômicas se tornem benignas”, avalia.
Dados dos setores
Pela ótica da produção, a agropecuária cresceu 0,1%, amparada pelos desempenhos da colheita do café – cuja safra fechou o ano passado com aumento de 29% em relação a 2017 –, do algodão (+28%) e soja (+2,5%).
A indústria, apesar do impacto negativo da construção (-2,5%), cresceu (0,6%), primeira alta após quatro recuos. O bom resultado dos segmentos de produção e distribuição de eletricidade, gás e água (2,3%), da indústria de transformação (1,3%) e da indústria extrativa (1%) contribuiu positivamente.
Já as atividades imobiliárias (3,1%), o comércio (2,3%) e os serviços de transportes (2,2%) conferiram um crescimento de 1,3% ao setor de serviços.
Na ótica da despesa, o economista ressalta a contribuição relevante do consumo familiar (+1,9%). Esse componente foi influenciado pelo melhor comportamento dos indicadores macroeconômicos: crescimento da massa salarial real, aumento do saldo de operações de crédito, queda nos juros básicos, inflação em baixos patamares e recuperação, ainda que gradual, do emprego.
A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), indicador que mede o volume de investimento produtivo na economia, expandiu 4,1%, amparada no aumento da importação e na produção interna de bens de capital. Essa foi a primeira alta registrada desde 2015.
Para 2019, segundo pesquisa do Banco Central (BC), a expectativa é que PIB registre aumento de 2,65%. O resultado seria o melhor desde 2011, quando o conjunto de riquezas produzidas pelo país evoluiu 2,7%.