10 de jul de 2023
Mas índice de inadimplência cai entre maio e junho
Só 5,1% dos belo-horizontinos estão livres das dívidas com cheques pré-datados, cartões de crédito, carnês de lojas, empréstimo pessoal, prestações de carro e seguros. Em razão deste comprometimento, 94,9% dos consumidores da cidade possuem algum tipo de dívida. O percentual subiu e chega a ser 2,0 maior que no mês anterior. Ainda assim, parcela expressiva de 41,3% dos entrevistados se considera pouco endividada.
Nesta Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, realizada pelo Núcleo de Inteligência e Pesquisa da Fecomércio MG, os dois grupos analisados, de até 10 salários e acima desta faixa salarial, estão em nível semelhante de “muito endividados”. Para o grupo acima de 10 salários, 34,5% estão muito endividados e entre os que ganham até 10 mínimos a condição se aplica para 36,2%.
O cartão de crédito é o principal compromisso para 90,3% em junho. Conforme os pesquisadores da Fecomércio MG, hoje os consumidores pagam contas com cartão de crédito e muitos o utilizam para as compras do mês. Por isso, é importante que tenham atenção e se planejem para não perder o controle de seu orçamento, uma vez que essa modalidade possui um dos maiores juros praticados no mercado (em média, 389,97%¹ ao ano, no crédito rotativo).
Inadimplência cai
Entre as famílias da cidade, 53,4% possuem algum compromisso financeiro em atraso, valor 3,5 ponto menor que em maio. Esse índice é 21,1% maior em famílias com renda igual ou inferior a dez salários mínimos (59,1%) do que para as famílias com salários maiores (38,0%). Dos endividados, 56,2% ainda não conseguiram honrar seus compromissos e estão com dívidas em atraso.
Menor salário com mais dificuldade de pagar
Ao todo, 10,2% das famílias acreditam que não terão condições de pagar os compromissos financeiros em atraso – percentual maior em 0,3 ponto em relação ao mês anterior (9,9%). O índice é maior em famílias com renda igual ou inferior a dez salários mínimos (20,7%) em relação às de maior salário (8,5%). Considerando os indivíduos com dívidas atrasadas, 19,0% entendem que não terão condições de honrar, no próximo mês, com os compromissos adquiridos.
Entre as famílias com contas pendentes, 32,0% afirmam que essas contas ultrapassam 90 dias. A pesquisa também mostra que as dívidas estão atrasadas, em média, há 52,6 dias.
Mais de 16% de famílias superendividadas
As dívidas comprometem mais de 10% da renda familiar em 66,8% dos casos, sendo 16,1% o percentual de famílias com dívidas que envolvem mais de 50% do orçamento mensal, consideradas superendividadas. Em média, as dívidas comprometem 27,0% do orçamento do mês.
Olhar Econômico, por Gabriela Martins, economista da Fecomércio MG.
Em junho de 2023, 94,9% dos belo horizontinos estavam endividados. Esse é o sexto aumento consecutivo do índice, e o maior patamar atingido deste o início da série histórica iniciada em janeiro de 2014. O aumento do endividamento entre a população de Belo Horizonte está atrelado a retomada do consumo das famílias, principalmente para serviços tais como o turismo.
Hoje, boa parte da população utiliza do cartão de crédito (principal tipo de dívida) para fazerem suas compras básicas e, com a retomada da normalidade do setor de turismos e outros serviços prestados as famílias, a utilização deste meio de pagamento se eleva ainda mais. Famílias com renda superior a 10 salários-mínimos, com um padrão mais elevado de consumo destes bens, tendem a utilizar ainda mais o cartão de crédito para o pagamento das suas compras voltadas ao turismo e lazer.
As famílias que recebem mais de 10 salários-mínimos se destacam também pela maior utilização do cheque especial e do financiamento de carros e de casas. Com a elevação dos juros, o crédito se torna mais caro para as famílias. Desta forma, famílias que possuem menor renda acabam sofrendo maior impacto do aumento deste custo e não possuem o estímulo necessário para a contratação de grandes montantes de dinheiro à longo prazo.
Os juros mais altos impactam também aquelas famílias que já possuíam dívidas em atraso, aumentando o custo destas dívidas e dificultando o pagamento delas, acarretando uma piora da saúde financeira familiar. Não obstante, em Belo Horizonte, 53,4% das famílias estavam com dívidas em atraso, terceiro aumento consecutivo e o maior nível da série histórica.
Sobre a Fecomércio MG
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais, é a maior representante do setor terciário no estado, atuando em prol de mais de 568 mil empresas mineiras. Juntos com Sesc, Senac e Sindicatos Empresariais, a entidade integra a Confederação Nacional do Comércio (CNC), atuando junto às esferas pública e privada para defender os interesses do setor de Bens, Serviços e Turismo, a fim de requisitar melhores condições tributárias, celebrar convenções coletivas de trabalho, disponibilizar benefícios visando o desenvolvimento do comércio no estado e muito mais.
Há 84 anos fortalecendo e defendendo o setor, beneficiando e transformando a vida dos cidadãos.
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