Tendências para potencializar o turismo em Minas

6 de out de 2015

Um novo comportamento de consumo turístico vem se consolidando nos últimos anos: o turismo baseado em experiências. O assunto foi um dos destaques da 3ª edição da Semana do Turismo, iniciativa do  Sistema Fecomércio MG, Sesc, Senac e Sindicatos, realizada entre os dias 28 de setembro e 2 de outubro. O evento reuniu profissionais de referência nacional e internacional em discussões sobre o desenvolvimento e a inclusão no setor turístico estadual. A programação foi realizada simultaneamente em 42 unidades do Sesc e do Senac, e em sindicatos representados pela entidade em Minas Gerais.

O professor da Universidade do Algarve (Portugal) e vice-diretor do primeiro Programa de Doutorado em Turismo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) pela mesma universidade, Júlio Costa Mendes, abordou o tema, ressaltando as tendências atuais de consumo do setor. O acadêmico apresentou um estudo que demonstra a significativa modificação no turismo do século XXI. “As pessoas não estão em busca de uma cama ou uma refeição. Vivemos, hoje, a sociedade dos sonhos, em que o turista está em busca de experiências”, afirma Júlio Mendes, destacando que esse comportamento demanda novos paradigmas de gestão aos profissionais do setor. “O consumo do turismo é holístico e deve ser gerido da mesma maneira. É preciso reunir os interessados em volta da mesa para traçar estratégias de melhoria da capacidade de experiência e buscar por padrões de excelência para desenvolver a competitividade”, avalia.

O levantamento apresentado pelo acadêmico demonstra que os principais consumidores da atividade estão enquadrados em dois grupos, com faixa etária entre 25 e 34 anos e 50 a 65 anos. “As pessoas têm viajado mais, por curtos períodos, são mais instruídas e sensíveis a questões relacionadas à segurança e à sustentabilidade”, comenta.

Segundo Mendes, todos os destinos têm oportunidades de construir uma relação mais agradável com o turista, desde que esse seja um objetivo comum entre todos os membros da cadeia produtiva. “O maior desafio desse novo cenário é transformar recursos já existentes em produtos turísticos, e esses em experiências para aumentar a competitividade”, comentou.

As discussões sobre o tema estiveram presentes em outros dois painéis realizados na Semana do Turismo. As palestras discutiram a influência do turismo de experiência para o desenvolvimento e a inclusão da atividade no Brasil, destacando sua abordagem diante do uso de tecnologias como ferramentas de gestão para a obtenção de indicadores sobre esse público, que usa a internet para obter informações e realizar compras nas suas viagens.  Para o assistente técnico do Senac, André Carvalho, o momento do setor é propício para a promoção dessa estratégia de consumo turístico. “Há um alinhamento dos cenários nacional e internacional quanto às oportunidades advindas do turismo de experiência. A condição do câmbio tem originado não só um movimento interno, para que o brasileiro redescubra o seu país, como também a atração do turista internacional, cada vez mais interessado em experiências únicas e autênticas, que agreguem valor para sua vida”, comenta Carvalho.

O novo comportamento do turista também influi na estratégia mercadológica das empresas do setor. “Hoje, saímos de um enfoque de marketing para a gestão. Percebemos que questões que até pouco tempo determinavam a escolha de um destino turístico, como o preço promocional, se tornaram acessórias. A tomada de decisão das pessoas é baseada no compartilhamento das experiências sobre aquele local, seja entre sua rede de contatos ou no ambiente virtual”, conclui Carvalho.

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