1 de fev de 2019
A ausência de grandes eventos no país, comuns nos últimos anos, não impediu que a atividade turística melhorasse o desempenho em 2018. Nesse período, os gastos dos turistas estrangeiros no Brasil expandiram 1,86%, fechando em US$ 5,92 bilhões, segundo dados do Ministério do Turismo. Entre os motivos para esse incremento estão o surgimento da oferta de ligações aéreas de baixo custo e a facilitação dos vistos de entrada.
A chegada de companhias low costs (de baixo custo) no mercado brasileiro de aviação começou com a aprovação de medidas para conter gastos no segmento, proporcionando viagens mais baratas. A sanção da cobrança pelo excesso de bagagem, no fim de 2016, foi o passaporte para que empresas estrangeiras desse nicho pedissem à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para voar no Brasil.
No campo político, a facilitação de vistos para estrangeiros que desejam visitar o país também contribuiu para aumentar a receita do setor. Uma das iniciativas tomadas foi a emissão do visto eletrônico para viajantes de Austrália, Canadá, Estados Unidos e Japão, responsáveis por 60% dos pedidos de entrada no Brasil. A medida reduziu o tempo de espera pelo documento de até 40 dias para 72 horas.
“Todas as medidas que aumentem a conectividade do Brasil com outros destinos e desburocratizem a entrada de estrangeiros no solo nacional são positivas para incrementar a atividade turística. O turismo pode gerar mais riquezas ao país, mas, para isso, é preciso reduzir ainda mais déficit na balança comercial do setor”, considera a analista de turismo da Fecomércio MG, Milena Soares.
Despesas vs receitas
Apesar de os gastos dos turistas estrangeiros no Brasil terem crescido, a despesa dos brasileiros no exterior supera as receitas cambiais. Em 2018, os viajantes do país deixaram US$ 18,2 bilhões nos países visitados, um volume de recursos 3,89% menor em comparação com 2017. Com isso, a diferença entre receitas e despesas com turismo terminou o ano passado em US$ 12,28 milhões.
Entre as metas do governo federal para diminuir esse déficit estão a isenção de visto para países considerados estratégicos, a criação de Áreas Especiais de Interesse Turístico (AEITs), a ampliação da conectividade aérea no país e a modernização da Embratur. “Essa diferença não condiz com a realidade da oferta turística brasileira. Por isso, é urgente repensar e reorganizar o setor para fazer o Brasil crescer”, avalia o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio.
* Com informações da Agência de Notícias do Turismo