6 de mar de 2018
A atividade econômica brasileira saiu da recessão em 2017 e registrou, ao fim desse período, o primeiro Produto Interno Bruto (PIB) positivo após dois anos. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a soma das riquezas produzidas pelo país subiu 1% no ano passado, em comparação com 2016, atingindo R$ 6,6 trilhões em valores correntes.
O resultado favorável relaciona-se ao desempenho da agricultura, que cresceu 13%, e dos serviços, que se recuperaram ao longo do ano, fechando em 0,3%. O comércio, que integra esse setor, cresceu 1,8% em 2017. Além desse segmento, as atividades imobiliárias (1,1%) e os serviços de transporte, armazenagem e correio (0,9%) alavancaram o resultado do setor terciário.
O economista da Fecomércio MG, Guilherme Almeida, afirma que o resultado do PIB era esperado pelo mercado. Segundo o especialista, o ano de 2017 registrou uma evolução nos indicadores macroeconômicos relacionados ao consumo. “A inflação baixa e o consequente crescimento da massa salarial real, os juros em queda e a retomada do emprego foram ingredientes importantes para fomentar a volta do consumo familiar”, esclarece.
Setor estagnado
Se a agricultura e os serviços geraram mais riquezas no ano passado, o mesmo não pode ser dito da indústria. Apesar dos crescimentos de 4,3% na indústria extrativa e de 1,7% na de transformação, o setor secundário estagnou no último ano (0,0%). O resultado se deve à contribuição negativa da construção.
Os investimentos também caíram, mas pelo quarto ano consecutivo, recuando 1,8% em 2017. “Após a crise iniciada em 2014, era esperada uma recuperação cíclica, algo normal no quadro econômico. A partir de agora, devemos ficar atentos ao crescimento brasileiro, para garantir que aconteça de forma sustentável. Um crescimento baseado apenas no consumo não se sustenta. É preciso criar melhores condições para a retomada dos investimentos, fortalecendo os fundamentos econômicos do país”, assegura.