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7 de abr de 2015
Uma infraestrutura de transportes de qualidade é primordial para o desenvolvimento da economia. Boas estradas reduzem o custo de transportes e, portanto, o preço final dos produtos, tornando-os acessíveis ao consumidor e mais competitivos. Também permitem que cada região se especialize nas atividades econômicas para as quais tenham maior vocação, gerando ganhos de produtividade. A redução do tempo de viagem entre dois municípios aumenta a concorrência entre as empresas e o número de possibilidades na escolha dos consumidores.
Mas é claro que o tema infraestrutura não se restringe às estradas. A construção de usinas aumenta a oferta de energia no país e viabiliza a expansão das indústrias locais. Sistemas de irrigação facilitam a expansão da agricultura para terras antes consideradas impróprias ao cultivo. Portos eficientes reduzem os custos das importações e exportações, aumentando a capacidade das empresas nacionais.
Tais investimentos também impactam a redução da pobreza e a melhoria da qualidade de vida da população, por exemplo, quando as residências passam a ser atendidas por rede de esgoto, água e telefone. Da mesma forma, a propriedade rural ganha quando uma estrada facilita seu acesso à cidade mais próxima.
Quando uma região tem expansão do saneamento básico, o resultado é a melhoria no aprendizado escolar das crianças e da capacidade laboral dos adultos. A rede de telefonia e os demais canais de comunicação aproximam as pessoas, e novos negócios e oportunidades podem surgir.
Já os aeroportos são fundamentais para interligar pessoas e mercadorias dentro e fora das fronteiras. E o investimento em mobilidade urbana também facilita a rotina e aproxima os cidadãos, que reduzem o tempo de deslocamento e ganham em qualidade de vida.
É imprescindível que esses investimentos sejam bem feitos, planejados e jamais superfaturados – com uso de material de boa qualidade e manutenção periódica. A corrupção deve ser combatida, os interesses individuais excluídos e a burocracia definitivamente reduzida. O Estado precisa ter capacidade técnica para planejar e monitorar os investimentos, e as parcerias com a iniciativa privada também devem ser aproveitadas.
O Brasil ainda é um país que investe pouco. E aqui estamos falando de investimento público e não estrangeiro (pois esse está aumentando), mas isso não significa que o caminho seja a economia real. A consequência do baixo investimento é a perda de eficiência e competitividade, com redução da possibilidade de crescimento econômico, de geração de emprego, renda e de redução da pobreza. Assim, na comparação com outros países, o Brasil perde em quantidade, qualidade e acesso da população a estradas, transporte eficiente, energia elétrica, telefone, internet, água e saneamento adequado, entre outros aspectos fundamentais para aumentar o bem-estar dos indivíduos.
A melhoria desse quadro passa por desburocratização, redução da corrupção, vontade e esforço, além de um excelente planejamento. É preciso priorizar eficiência, sustentabilidade e pensamento no longo prazo.
*Artigo publicado no jornal Brasil Econômico