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16 de ago de 2016
Em termos econômicos, o segundo semestre do ano é, tradicionalmente, mais favorável que o primeiro. Essa é justamente a expectativa de quase todos os empresários do setor de material de construção de Belo Horizonte, Betim, Confins, Contagem, Lagoa Santa, Nova Lima, Pedro Leopoldo, Ribeirão das Neves, Sabará, São José da Lapa e Vespasiano. De acordo com uma pesquisa realizada pela área de Estudos Econômicos da Fecomércio MG, em parceria com o Sindicato do Comércio Varejista de Materiais de Construção, Tintas, Ferragens e Maquinismos (Sindimaco), 92,5% estão confiantes na melhora ou, ao menos, manutenção do faturamento até o final de 2016, na comparação com a primeira metade do ano.
O otimismo é resultado do aumento do número de obras e reformas, comum neste período, e da provável elevação da renda e do emprego, em função das vagas de trabalho temporárias. Além disso, o economista da Fecomércio MG, Guilherme Almeida, observa que há uma particularidade. “Enquanto o indicador de inflação geral medido pelo IPCA variou 8,74% no Brasil, e 8,24% em Belo Horizonte, os materiais de construção variaram, em média, 4,54% no país, e 4,40% na capital mineira, nos últimos 12 meses, segundo o IBGE”, argumenta.
O ligeiro aquecimento esperado para o segundo semestre ainda deve ser responsável por gerar cerca de 185 postos de trabalho na atividade, em Belo Horizonte e nas outras cidades pesquisadas. Uma boa notícia, embora o número de contratações ainda seja pequeno para recuperar as 509 demissões ocorridas de janeiro a junho, conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho e Emprego (Caged/MTE).
Essa extinção de vagas foi um dos efeitos do desempenho ruim nos primeiros seis meses de 2016. Conforme o estudo da Fecomércio MG, 67,9% dos entrevistados obtiveram vendas piores no comparativo com o segundo semestre de 2015, enquanto 73,2% registraram retração sobre o mesmo período do ano anterior. “O clima de negócios não estava favorável ao varejo de um modo geral. E, com a inflação elevada, as famílias direcionam os gastos para os produtos essenciais, como alimentação e saúde. No caso dos materiais de construção, ainda há um impacto direto dos juros elevados, pois a aquisição desses itens depende muito de financiamento. O crédito mais caro afasta o cliente”, completa Almeida.