5 de dez de 2018
O comércio exterior brasileiro se destacou entre os países do G-20 que mais importaram no terceiro trimestre de 2018, após registrar um aumento de 18% no período. As exportações no país também estiveram acima de todos os membros do grupo, com expansão de 5,5%. Esse resultado é atribuído, em parte, pela crise entre Pequim e Washington que a China enfrenta.
Dados divulgados em novembro, pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), revelam que a guerra comercial já atinge o fluxo de bens pelo mundo. As retaliações entre Estados Unidos e China, cujo desfecho ainda é imprevisível, tem turbinado as exportações brasileiras. “A projeção é que as vendas no Brasil dos produtos nacionais ao exterior encerrem 2018 com o melhor resultado em cinco anos”, ressalta o especialista em comércio exterior e parceiro da Fecomércio MG, Alexandre Marques.
Nos meses avaliados, a expansão das exportações no G-20 foi de apenas 0,3%, contra um aumento de 0,7% nas importações. No segundo trimestre, o resultado havia apontado para uma pequena queda. Segundo a OCDE, excluindo os grandes exportadores de petróleo, como Rússia e Arábia Saudita, o comércio do G-20 estagnado sugere que a expansão contínua nos últimos dois anos foi interrompida diante das medidas protecionistas.
Nos Estados Unidos, as exportações sofreram queda de 1,7%. A Europa acumulou dois trimestres negativos, com recuo de 0,8% em suas vendas. O mesmo ocorreu na Austrália, Japão, África do Sul, Turquia ou Índia. Já abaixo de sua média dos últimos dez anos, a China registrou aumento de 2,4% devido a venda de uma plataforma de petróleo para o Brasil. No trimestre anterior, suas vendas tinham contraído em 4,9%.