18 de nov de 2021
O conhecimento é capaz de romper barreiras e tirar pessoas de situações críticas. Isso porque, o aprendizado alimenta a força humana e cria condições reais para ‘dar o próximo passo’ a favor da vida. Pautado por essa certeza, o Trajeto Moda comemorou, na última sexta-feira (12/11), a conclusão de curso de mulheres que participaram do seu projeto-piloto. A solenidade foi realizada na Biblioteca Pública Estadual, na capital mineira.
O Projeto Trajeto Moda é uma iniciativa que integra o Programa Percursos Gerais: Trajetória para Autonomia, desenvolvido pela Sedese, por meio da Subsecretaria de Trabalho e Emprego (SUBTE) e da Coordenadoria das Mulheres (SUBDH). O objetivo é promover a independência financeira das mulheres em situação de vulnerabilidade social, de forma que possam romper o ciclo de abuso físico, psicológico e financeiro.
O vice-presidente da Fecomércio MG e presidente do Sincateva BH, Lúcio Emílio de Faria, marcou presença no evento representando a Federação. “Além de contribuir para a construção de novos caminhos por meio da moda, o projeto inspira mulheres e lhes oferecem condições práticas para vencer desafios e se tornarem donas do próprio destino”, pondera Faria. Para ele, iniciativas como essa são cruciais para fortalecer, não só o setor terciário, mas a sociedade em geral.
O evento contou também com a presença da secretária de Estado de Desenvolvimento Social, Elizabeth Jucá; da coordenadora do Projeto de Extensão “Remodelando Perspectivas”, da UFMG, Daise Guimarães; da analista do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Camila Abreu e Silva; da defensora pública e coordenadora Estadual de Promoção e Defesa dos Direitos das Mulheres, Samantha Alves; da gerente de Relacionamento do Senac em Minas, Cintia Silva; da estilista Thalita Rodrigues; e da presidente da Associação Comunitária da Mulher da Vila Nossa Senhora Aparecida de São Lucas, Antônia Assunção. Além disso, na solenidade, estiveram presentes os parceiros institucionais, empresariais e profissionais do segmento.
Durante o encontro, a secretária de Desenvolvimento Social de Minas Gerais, Elizabeth Jucá, ressaltou a forma inovadora como o projeto foi conduzido, “fora da caixa” – uma vez que foi viabilizado por meio de parcerias, praticamente sem verbas públicas. “Foi algo inovador para nós também. Vocês nos mostraram que nós também podemos fazer diferente e mudar a vida das pessoas”, disse dirigindo sua fala às participantes.
O projeto piloto envolveu a participação de 17 mulheres, sendo dez residentes da capital, da Associação Comunitária de Mulheres da Vila Nossa Senhora Aparecida de São Lucas, e sete líderes de municípios da região norte do estado – Almenara, Divinópolis, Muriaé, Teófilo Otoni, Governador Valadares, Montes Claros e Salinas, que foram abrigadas na moradia universitária UFMG, durante a realização do curso.
No período de agosto a novembro, as integrantes da iniciativa receberam capacitação em corte e costura, oferecido em parceria com o Senac em Minas, bem como formação em liderança, associativismo, vendas, conhecimentos sobre o mercado da moda, identificação de ciclos de violência de gênero e empoderamento feminino.
A secretária Beth Jucá ressaltou que o projeto vai além de um fator de empoderamento das mulheres, com potencial de ser um multiplicador de oportunidades nos munícipios, e que o desafio está só começando. “Precisamos chegar em mais mulheres, e eu conto com vocês neste processo para termos uma Minas mais inclusiva, com menos violência para as mulheres e com mais geração de renda”, concluiu Elizabeth Jucá.
Em sua fala representando as colegas, a participante de Montes Claros, Lidinalva Fernandes de Araújo, refletiu sobre a condição da violência feminina: “a maior violência quem comete somos nós mesmas, quando não defendemos nossos direitos. Muitas mulheres são vítimas de violência porque não descobriram o valor que têm. O Trajeto Moda me ensinou o trajeto vida. Saio com uma nova trilha para seguir”, conclui.
Os modelos criados pelas participantes foram expostos no saguão da Biblioteca Pública Estadual. A segunda etapa do Trajeto Moda prevê a estruturação de células produtivas autossustentáveis voltadas para a confecção de peças de moda nos municípios-sede.