Inadimplência desacelera em Belo Horizonte 

15 de maio de 2023

Restrição ao crédito limita endividamento  

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada pelo Núcleo de Pesquisa e Inteligência da Fecomércio MG, com base em levantamento da CNC nos últimos 10 dias de abril, apurou que 90,7% dos consumidores de Belo Horizonte estavam mais endividados no mês passado.

A diferença a maior sobre março foi de 1,3 ponto percentual (p.p.) e não chega a alterar o quadro anterior de endividamento uma vez que os resultados da pesquisa atual não rompem com as margens de significância de 3,5%.  Foram entrevistados 1000 consumidores em potencial com idade acima de 18 anos. O nível de confiança é 95%.

Mas a pesquisa indica que o consumidor vem se esforçando para quitar os compromissos financeiros ao registrar queda de 0,1 p.p. entre os que estão com contas em atraso, 48,1% em abril. Porém, não houve mudança significativa em comparação ao mês anterior.

A busca pela quitação dos débitos também é dada pela redução de 0,2 p.p., de um mês para outro, do número dos que dizem que não terão condições de pagar as dívidas. Esse contingente de consumidores somou 10,9% frente a 11,1% do mês anterior. Desde outubro de 2022, o número dos que dizem que não conseguirão pagar as dívidas apresenta tendência de queda que se manteve em abril. (Porém, não houve mudança significativa em comparação ao mês anterior).

Consumidor se vê menos endividado

Mesmo com uma participação reduzida dos que estão quitando as dívidas e dos que apostam no pagamento delas, o consumidor está se vendo menos endividado do que no mês passado. Essa é a percepção quanto ao comprometimento da renda mensal com cheques pré-datados, cartões de crédito, carnês de lojas, empréstimo pessoal, prestações de carro e seguros quando 48,7% dos entrevistados se consideraram pouco endividados. Em março, esse número era de 41,7%, 6,5 p.p. menor. 

Também foi registrada queda entre os que se achavam muito endividados, de 19,8% em março para 18,3% e abril. Queda também no número daqueles que se achavam mais ou menos endividados que saiu de 27,9% vindo para 24,1%.  

Menos contas em atraso

A quantidade de famílias com contas em atraso também teve retração em abril. Atualmente, 48,1% delas possuem algum compromisso financeiro em atraso, representando 0,1 p.p. a menos que em março (Porém, não houve mudança significativa em comparação ao mês anterior). O índice é 18% maior em famílias com renda igual ou inferior a dez salários mínimos (55,5%) do que em famílias com salários maiores (37,5%). Entre os endividados, 53,0% ainda não conseguiram honrar seus compromissos e estão com dívidas em atraso.

Cartão, cheque especial e carnezinho para enfrentar crédito curto 

A busca por crédito, com o dinheiro custando caro por causa dos juros altos, gera o maior endividamento das famílias de Belo Horizonte em abril. É desta forma que as principais dívidas assumidas, tanto para as famílias de menor renda quanto para aquelas que ganham acima de 10 salários, se concentram no cartão de crédito. Somados, os dois grupos entrevistados concentram 89,2% das dívidas no cartão de crédito, a modalidade de maior endividamento. 

Depois da dívida com o cartão de crédito e cheque especial, que pesam mais para todas as famílias, os carnês e o financiamento da casa pesam mais para as famílias que ganham até 10 mínimos. 

Ao aparecerem como terceiro motivo de endividamento para as famílias de renda mais baixa, os carnês de compra confirmam a ginástica dos consumidores para ampliar seu poder de compra juntamente com o uso intensivo do cartão de crédito.    

A confirmação do uso do carnê na busca para ampliar o crédito, pelas famílias de menor renda (17,6%) se dá pelo menor uso deste recurso pelas famílias com ganhos acima de 10 salários mínimos que o utilizam num percentual de 6,7%. 

Inversamente, o endividamento das famílias de maior poder aquisitivo no cartão de crédito chegou a 97,9%. Já as que ganham até 10 salários atingiram um total de endividamento no cartão de 87,8% em abril indicando que o limite da renda também restringe a margem de crédito do cartão em mais de 10 pontos percentuais o que leva ao uso do carnê.

Da mesma forma, o uso do cheque especial para obter crédito é maior entre as famílias com renda acima de 10 salários mínimos. As dívidas delas atingem 25,8% no cheque especial enquanto as de menor renda se endividam na modalidade de crédito em 12,2%.            

Tempo de comprometimento da renda

Grande parte das famílias endividadas comprometeu a sua renda por um período de tempo de até três meses, enquanto 57,4% possuem compromissos por tempo igual ou superior a 90 dias. O tempo médio de comprometimento de renda com mas dívidas é de 5,7 meses.

Comprometimento do orçamento doméstico

As dívidas comprometem mais de 10% da renda familiar em 72,4% dos casos, sendo de 17,6% o percentual de famílias com dívidas que envolvem mais de 50% do orçamento mensal o que caracteriza superendividamento. Em abril, esse número era maior, de 20,5%. Em média, as dívidas comprometem 28,6% do orçamento do mês. A pesquisa também mostra que as dívidas estão atrasadas, em média, há 55,8 dias.

Sobre a Fecomércio MG

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais é a maior representante do setor terciário no estado, atuando em prol de mais de 568 mil empresas mineiras. Em conjunto com a Confederação Nacional do Comércio (CNC), Sesc, Senac e Sindicatos Empresariais, a Fecomércio MG atua junto às esferas pública e privada para defender os interesses do setor de Bens, Serviços e Turismo, a fim de requisitar melhores condições tributárias, celebrar convenções coletivas de trabalho, disponibilizar benefícios visando o desenvolvimento do comércio no estado e muito mais. Há 84 anos fortalecendo e defendendo o setor, beneficiando e transformando a vida dos cidadãos.

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