8 de set de 2015
A falta de planejamento das famílias e o momento de crise – com alta da inflação, do desemprego, de impostos e o encarecimento do crédito –, são fatores determinantes para o cenário econômico atual. Ele tem pressionado os brasileiros a retirar recursos da modalidade mais tradicional de investimentos do país: a poupança. De acordo com os dados do Banco Central do Brasil, de janeiro a agosto de 2015, a retirada da aplicação foi de cerca de R$48,49 bilhões, a maior para esse período desde o início da série histórica, em 1995. “Em meio às dificuldades financeiras, as famílias estão optando por tirar o dinheiro da aplicação para saldar as despesas do dia a dia e também de dívidas adquiridas no passado. Com a elevada taxa de inadimplência, as pessoas estão buscando formas de quitar seus compromissos financeiros”, avalia o economista da Fecomércio MG, Guilherme Almeida.
Em agosto deste ano, a saída líquida dos recursos da caderneta somou R$ 7,5 bilhões, sendo o oitavo mês consecutivo de evasão de recursos. “Outro fator determinante para a retirada é a perda de competitividade da poupança em relação a outras aplicações. Com a taxa básica de juros, a Selic, a 14,25%, investimentos como o Tesouro Direto tornam-se mais atrativos, tendo em vista que sua rentabilidade pode ser atrelada à Selic ou à inflação. Já a caderneta de poupança está com uma rentabilidade abaixo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) observado para o ano”, conclui Almeida.