10 de dez de 2019
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Os dados das Contas Nacionais divulgados hoje (03/12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), relativos ao terceiro trimestre, levaram a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) a revisar de +1,0% para +1,2% a expectativa em relação ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019.
Para 2020, a projeção é de um avanço de 2,2%. A entidade projeta ainda que, no próximo ano, tanto o comércio (+3,2%), quanto o consumo de bens e serviços por parte das famílias (+2,9%) deverão seguir superando o ritmo médio de expansão da economia.
De acordo com os resultados apresentados pelo IBGE, a economia brasileira avançou, no terceiro trimestre, 0,6% em relação ao segundo trimestre deste ano, já descontados os efeitos sazonais. A taxa observada é a maior para um terceiro trimestre desde 2012 (+1,5%) e a mais elevada para qualquer período de três meses desde o primeiro trimestre de 2018 (+0,7%).
Expectativa de aceleração
“A economia tem apresentado uma trajetória de recuperação gradual, mas sólida. Nossa expectativa é que ocorra uma aceleração no ritmo de crescimento nos próximos meses. O comércio, os serviços e o turismo terão, com certeza, um papel determinante no bom desempenho esperado para a economia brasileira em 2020”, afirma o presidente da CNC, José Roberto Tadros.
O economista da Confederação Fabio Bentes estima que a reação vai prosseguir, com evolução do nível de emprego e a continuidade dos estímulos da política monetária. Porém, o nível de geração de riqueza observado antes da crise deverá ser retomado somente em 2021, ou seja, sete anos após o início da maior recessão da história. “Há onze trimestres sem apresentar resultados negativos, o nível corrente de atividade ainda se encontra 3,0% abaixo daquele observado no final de 2014”, observa Fabio Bentes.
O nível de atividade mais acelerado da economia no terceiro trimestre havia, de certa forma, sido antecipado pela evolução da ocupação formal. De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o saldo de postos de trabalho celetista acumulado de julho a setembro (338 mil vagas) foi o maior para esse período desde 2013 (+489 mil). Outro termômetro relevante, o Índice de Atividade Econômica do Bacen (IBC-Br) já apontava também, para o melhor resultado do PIB em 2019 (+0,9% em relação ao segundo trimestre).
Dos 12 subsetores representados nas Contas Nacionais, o grande destaque do trimestre foi a indústria extrativa (+12,0%) em virtude do crescimento significativo da produção de petróleo e gás em plataformas do pré-sal. A indústria do petróleo corresponde a 65% da riqueza gerada pela indústria extrativa como um todo. Destacaram-se ainda a construção civil e a agropecuária (ambos +1,3%), além das atividades financeiras (+1,2%). Em seguida, sobressaiu o resultado do comércio (+1,1%) – atividade que, por conta das medidas de estímulo à economia adotadas terceiro trimestre, deverá contar com um incremento extraordinário de R$ 9,8 bilhões em suas receitas até o final do calendário de saques nas contas do FGTS.
Consumo das famílias
Pela ótica das despesas, o crescimento foi puxado pela demanda interna, na medida em que as importações (+2,9%) caminharam na contramão das exportações (-2,8%). O consumo das famílias (+0,8%) – com os melhores três meses desde o terceiro trimestre de 2017 (+1,0%) – e a formação bruta de capital fixo com crescimento da produção interna de bens de capital, foram os responsáveis pelo crescimento observado. O consumo das famílias corresponde a aproximadamente 2/3 do PIB.
No comparativo com o mesmo período do ano passado, o PIB registrou avanço pelo décimo trimestre consecutivo, destacando-se, novamente, os investimentos (+2,9%) pelo lado das despesas e a construção civil sob a ótica da produção. Pela sexta vez nos últimos oito trimestres, o comércio (+2,4%) avançou em um ritmo mais forte que o do PIB.
Com esses resultados, a economia brasileira acumulou alta de 1,0% ante os nove primeiros meses de 2018 – desempenho ligeiramente inferior ao observado no mesmo período do ano passado (+1,3%). Como o ano de 2020 deverá continuar contando estímulos da política monetária, a expectativa predominante é de que a taxa básica de juros atinja no piso histórico no final do ano corrente (4,75% ano) e, novamente na maior parte do próximo ano (4,5%).
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