7 de jun de 2017
O empresariado brasileiro parece acreditar cada vez mais na recuperação da economia. É o que indica pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) sobre o Índice de Confiança Empresarial (ICE) do mês de maio. O indicador registrou alta de 1,2 ponto em relação a abril – quando se manteve estável – e chegou a 86,4 pontos. O patamar é o maior alcançado desde dezembro de 2014, quando o ICE atingiu 87,7 pontos.
O economista da Fecomércio MG, Guilherme Almeida, acredita que o crescimento da confiança empresarial foi influenciado pela desaceleração da inflação e pela redução dos juros. Por isso, o Índice de Situação Atual (ISA-E) foi o que mais contribuiu para o nível atingido em maio, ao subir 1,1 ponto, alcançando 80,2 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE-E) cresceu somente 0,3 ponto, chegando a 95 pontos. Setorialmente, a indústria (1,1) e os serviços (0,5) foram as áreas que auxiliaram essa melhora da confiança. O comércio registrou retração de -0,5 ponto em maio, após acumular alta de 10,2 pontos nos três anteriores.
De acordo com o superintendente de Estatísticas Públicas da FGV, Aloisio Campelo Jr., o distanciamento entre a percepção atual dos empresários e as expectativas pode ser visto ainda nas quatro sondagens que compõem o ICE. O setor com a maior diferença foi a construção, com 20,9 pontos; seguida por serviços, com 13,8 pontos; comércio, com 11,9; e indústria, com 6,7 pontos.
Apesar da redução da distância entre os indicadores que medem a percepção sobre o presente e as perspectivas dos empresários, Almeida avalia o momento com prudência. “O Brasil vive um período de incerteza política e convive com índices bastante deteriorados de emprego. Esse cenário torna os empresários mais cautelosos no que diz respeito à realização de investimentos”, pondera.
Recentemente, a Fecomércio MG divulgou o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) de Belo Horizonte, que corrobora a pesquisa nacional apurada pela FGV. O indicador local marcou 98,0 pontos em maio, um crescimento de 1,9 ponto em relação ao mês de abril. Entre os indicadores do Icec, o Índice de Condições Atuais do Empresário do Comércio (Icaec) e o Índice de Investimento do Empresário do Comércio (Iiec) também subiram em relação a abril, com acréscimos de 2,5 pontos e 5,2 pontos, respectivamente. Apenas o Índice de Expectativa do Empresário do Comércio (Ieec) registrou queda de 1,9 ponto.