9 de maio de 2019
Uma referência para a concessão de crédito às pessoas físicas e jurídicas, a taxa Selic se manteve no patamar de 6,5% ao ano, instituído pela primeira vez em 6 de dezembro de 2017. O anúncio, feito nessa quarta-feira (08/05) pelo Comitê de Política Monetária (Copom), fez com que a taxa básica de juros permanecesse a menor desde 1986, quando o Banco Central iniciou a série histórica.
A taxa Selic é um instrumento de política monetária do Banco Central, definida pelo Copom, que tenta balizar o consumo e o investimento no Brasil. Ela serve de parâmetro para outras taxas de juros.
O economista da Fecomércio MG, Guilherme Almeida, acredita que a decisão do Comitê, embora esperada pela maioria do mercado, contrariou a expectativa de alguns agentes econômicos. “Há quem apostasse em um corte na taxa básica de juros por causa da ociosidade da indústria, da deterioração do consumo e do enfraquecimento da economia”, ressalta.
A avaliação mais conservadora do Copom reflete, segundo Almeida, a demora na tramitação da agenda reformista do governo. Uma postura que pode mudar caso a Reforma da Previdência tramite com sucesso na Câmara. “A aprovação do texto pode servir de incentivo para um novo corte na Selic, o que estimularia o crédito, os investimentos empresariais e o consumo das famílias”, destaca.
Quando está mais elevada, a taxa básica de juros tende a encarecer o crédito, desestimulando o consumo e os investimentos. Com isso, a Selic ajuda a segurar o excesso de demanda, que pressiona os preços, gerando inflação. Por outro lado, quando está mais baixa, a taxa tende a baratear o crédito, incentivando a produção e o consumo, o que pressiona o nível de preços na economia.
Foto: Arquivo Agência Brasil