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9 de fev de 2018
Após 11 cortes seguidos, a taxa Selic chegou nesta quarta-feira (07/02) a 6,75% ao ano, o menor patamar desde 1986, quando o Banco Central iniciou a série histórica. O recorde anterior havido sido registrado em dezembro passado. A queda de 0,25 pontos percentuais (p.p), autorizada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), veio acompanhada da menor inflação para o mês de janeiro desde a criação do Plano Real, em 1994. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que dita a inflação oficial do país, fechou o mês em 0,29%.
Usada como referência para a concessão de crédito às pessoas físicas e jurídicas, a Selic chegou a fim do seu ciclo de redução, como aponta o Banco Central. Em nota, a instituição informa que a taxa não deve cair mais este ano, embora essa previsão possa ser revista de acordo com as “mudanças no cenário econômico”. Entre os fatores levados em consideração está a Reforma da Previdência. Caso ela seja aprovada, há a possibilidade de que a taxa básica cair moderadamente.
O economista e analista financeiro da Fecomércio MG, Juan Moreno de Deus, explica que outros fatores também podem influenciar uma eventual queda de juros futura. “Uma nova redução da Selic depende de alguns fatores como as expectativas de inflação, a volatilidade do mercado internacional, a evolução dos indicadores econômicos, os riscos a serem corridos e uma reavaliação da perspectiva de prolongamento do ciclo de cortes.”
O que é a Selic
A taxa Selic é utilizada para financiamentos no mercado interbancário em operações de curtíssimo prazo, lastreadas em títulos públicos federais, listados e negociados no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic). Ela serve também de parâmetro para outras taxas de juros da economia.
Ao aumentá-la, o Banco Central busca segurar o excesso de demanda que pressiona os preços, e, por consequência, encarece o crédito e estimula os investimentos no mercado financeiro. Ao reduzi-la, o governo tende a deixar o crédito mais barato, incentivando a produção e o consumo.
Efeitos para o comércio
O economista destaca que a queda da taxa básica de juros tende a tornar a crédito mais barato para o consumidor em médio prazo, melhorando as condições de consumo. A diminuição do crédito em função dos cortes consecutivos na Selic também tem efeito para as empresas. “A tendência é que o empresário aumente a produção ou invista na geração de novos empregos em vez de aplicar seus recursos no mercado financeiro”, conclui.