11 de ago de 2017
Aeroportos mais movimentados são um ótimo indício para o setor de turismo, que empregou 2,5 milhões de pessoas no Brasil em 2016, de acordo com dados do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC, em inglês). Pelo quarto mês consecutivo, essa cena se repete. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) registrou incremento de 1,9% na demanda de passageiros em junho em comparação com o mesmo período do ano passado. A alta sinaliza a recuperação do setor após 19 meses consecutivos em queda. Nesse mês, 6,9 milhões de passageiros viajaram em voos domésticos.
A taxa de aproveitamento dos assentos das aeronaves também apresentou subiu, conforme dados da Anac. Em junho, a taxa chegou a 80,1%, um avanço de 2,7% ante o mesmo mês de 2016. Enquanto isso, a oferta por transporte aéreo doméstico caiu 1% em igual intervalo, após três aumentos consecutivos. No balanço do primeiro semestre, demanda e oferta acumularam alta de 0,6% e queda de 0,6%, respectivamente.
A analista de turismo da Fecomércio MG, Milena Soares, acredita que o indicador é positivo não só pela melhora das vendas de passagens em relação à série histórica de viagens de alta temporada. “Além de encurtar distâncias, otimizar o tempo das viagens e proporcionar mais comodidade ao turista, o transporte aéreo aumenta a competitividade dos destinos turísticos”, ressalta.
Milena observa que os bons resultados recentes também podem estar atrelados às novas regras da Anac, que trazem medidas para diminuir o custo dos bilhetes aéreos no Brasil. Oferecidas pelas companhias desde 1º de junho, as passagens sem direito à bagagem têm sido procuradas por dois em cada três passageiros no país, como apurou a Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear). Para o presidente da associação, Eduardo Sanovicz, esses bilhetes são mais atrativos por custarem, em média, 30% a menos que os tradicionais.
Para Sanovicz, a medida recém-implementada deve tornar o segmento de transporte aéreo de pessoas ainda mais competitivo, incrementando o turismo nacional. Divulgada em junho, a pesquisa Flight Price Index 2017, elaborada pela agência Kiwi.com, já apontava o Brasil como o primeiro colocado no ranking global das passagens aéreas domésticas mais baratas do mundo.