Endividamento cai, mas inadimplência aumenta em Belo Horizonte

15 de set de 2025

De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), analisada pelo Núcleo de Pesquisa e Inteligência da Fecomércio MG e aplicada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), o nível de endividamento das famílias de Belo Horizonte em agosto reduziu 0,2 ponto percentual em relação a julho atingindo 88,2% dos consumidores.

A inadimplência, que sobe desde maio, teve elevação de 2,2 pontos entre julho e agosto com 59,9% de consumidores com dívidas em atraso na capital. Já o número de consumidores que não terão condições de quitar suas dívidas teve redução, somando 19,8% em agosto; eram 20,2% em julho. As famílias superendividadas, que comprometem mais de 50% do orçamento com dívidas, somaram 20,3%; eram 20,5% em julho.

Conforme a PEIC, em agosto, 49,8% dos entrevistados disseram que se consideram pouco endividados em relação a compromissos financeiros como cheques pré-datados, cartões de crédito, carnês de lojas, empréstimo pessoal, prestações de carro, seguros, entre outros. De acordo com 23,8%, estão mais ou menos endividados, 14,6% avaliam que estão muito endividados e 11,8% não têm dívidas do tipo.

As dívidas no cartão de crédito atingem 96,7% dos consumidores de Belo Horizonte em agosto, sendo que as famílias com renda maior ou igual a 10 salários-mínimos chegaram, como em julho, a 98,8% de endividamento no cartão.

A inadimplência na capital é 12,8% maior entre as famílias que ganham até 10 salários-mínimos (61,8%) em comparação com as famílias de renda acima dessa faixa de renda (49,0%). Entre os endividados, 68,0% ainda não conseguiram honrar seus compromissos e estão com dívidas em atraso.

Para 21,3% das famílias com renda abaixo de 10 salários-mínimos, elas não terão con- dições de honrar os compromissos financeiros no próximo mês. Entre aquelas de maior renda, o percentual cai para 11,5%. Considerados individualmente, 33,0% dos consumidores entendem que não terão condições de quitar, em setembro, os compromissos adquiridos.

Entre as famílias com contas pendentes, 38,7% afirmam que essas contas ultrapassam 90 dias. A pesquisa também mostra que as dívidas estão atrasadas, em média, há 58,4 dias e 77,8% das famílias possuem compromissos por tempo igual ou superior a 90 dias. Já o tempo médio de comprometimento de renda é de 7,2 meses. Em média, as dívidas comprometem 30,5% do orçamento do mês.

Gabriela Martins, economista da Fecomércio MG, explica que o cenário financeiro das famílias de Belo Horizonte é bastante complexo. “Por um lado, houve uma leve redução no nível de endividamento, o que pode indicar maior cautela na tomada de crédito ou uma tentativa de reorganização financeira. Por outro lado, a inadimplência continua subindo, o que sugere que muitas famílias estão enfrentando dificuldades para manter os pagamentos em dia. Essa combinação pode estar relacionada ao aumento do custo de vida, especialmente com a alta persistente dos preços de alimentos e serviços básicos, que pressionam o orçamento doméstico. Além disso, o cartão de crédito continua sendo o principal meio de endividamento o que reforça a ideia de que os consumidores estão recorrendo a esse instrumento para cobrir despesas correntes, muitas vezes sem conseguir quitar o valor total da fatura”, explica Martins.

>> Acesse a pesquisa completa

 

Sobre a Fecomércio MG

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio MG) é a principal entidade representativa do setor do comércio de bens, serviços e turismo no estado, que abrange mais de 750 mil empresas e 54 sindicatos. Sob a presidência de Nadim Elias Donato Filho, a Fecomércio MG atua como porta-voz das demandas do empresariado, buscando soluções através do diálogo com o governo e a sociedade. Outra importante atribuição da Fecomércio MG é a administração do Serviço Social do Comércio (Sesc) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) em Minas Gerais. A atuação integrada das três casas fortalece a promoção de serviços que beneficiam comerciários, empresários e a comunidade em geral, a partir de suas diversas unidades distribuídas pelo estado.

Desde 2022, a Federação tem se destacado na agenda pública, promovendo discussões sobre a importância do setor para o desenvolvimento econômico de Minas Gerais. A Fecomércio MG trabalha em estreita colaboração com a Confederação Nacional do Comércio (CNC), presidida por José Roberto Tadros, para defender os interesses do setor em âmbito municipal, estadual e federal. A Federação busca melhores condições tributárias para as empresas e celebra convenções coletivas de trabalho, além de oferecer benefícios que visam o fortalecimento do comércio. Com 86 anos de atuação, a Fecomércio MG é fundamental para transformar a vida dos cidadãos e impulsionar a economia mineira.

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