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24 de mar de 2023
A Fecomércio MG recebe com profunda preocupação a decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (COPOM) na manutenção da taxa Selic a 13,75% para este ano. A taxa básica de juros da economia continua, pela quinta-vez seguida, no maior nível desde janeiro de 2017, comprometendo o desempenho da economia real, que corresponde às atividades ligadas à geração de riquezas, emprego e renda, e impactando na recuperação e no desenvolvimento do país.
A taxa Selic nesse patamar foi determinante para a desaceleração da movimentação econômica em 2022. Destaco que como consequência, o país sofreu a retração de 0,2% no PIB nos últimos três meses do ano passado. Para este ano, a manutenção da taxa acaba por desestimular o setor de comércio, serviços e turismo. Com uma possível queda da taxa Selic abaixo do anunciado, a consequência seria um estímulo maior ao consumo, que aqueceria consideravelmente a economia, dando mais condições ao setor de comércio, serviços e turismo, além de criar oportunidades para uma recuperação econômica do país.
É fundamental que o governo demonstre determinação no controle dos desequilíbrios fiscais. A arquitetura do novo arcabouço deve mostrar claramente esses objetivos. Avançar nas reformas estruturais, principalmente tributária, são importantes na criação de um ambiente econômico propício ao desenvolvimento sustentável. A discussão da política econômica precisa ser pautada predominantemente no estímulo dos setores produtivos que geram emprego e renda e não pela afronta às instituições que acabam gerando instabilidade econômica, perda de confiança e mudanças de expectativas. Ter um equilíbrio fiscal e monetário é determinante para sair deste cenário crítico que passamos atualmente.
Nadim Donato
Presidente do Sistema Fecomércio MG, Sesc e Senac em Minas