* Publicado no jornal Diário do Comércio
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6 de jan de 2021
*Marizete Andrade, consultora corporativa da Fecomércio MG
Escritórios fechados, eventos cancelados, profissionais distantes fisicamente. A pandemia do novo coronavírus (Covid-19) se espalhou pelos continentes, mas, embora muitos tenham previsto, ela não inibiu as relações pessoais e profissionais. Desde a década de 1990, com o advento da internet, a globalização intensificou a interação mundo afora, formando inúmeras redes conectadas simultaneamente.
O psicólogo norte-americano Stanley Milgram, em sua teoria the small world problem (“o experimento no mundo pequeno”, em português), afirma que estamos a seis pessoas de distância de qualquer outra no mundo. Nesse contexto de conexões e interações, surge a palavra inglesa networking, definida no ambiente corporativo com ‘rede de contatos’.
O termo, quando aplicado nesse universo, amplia a possibilidade de agregar valor para o alcance de resultados, unindo forças com outros grupos, seja por meio do ponto de vista pessoal e/ou profissional ou em negócios compartilhados. Não por acaso, uma pesquisa da consultoria The Adler Group, em 2016, apontou que cerca de 85% das vagas de emprego são preenchidas por meio do networking.
Trazendo essa contextualização para o mundo corporativo, construir uma ‘rede de contatos’ ativa – com diversos grupos de pessoas, que possuam interesses afins – é uma das estratégias mais poderosas para conquistar espaço e resultados no mercado de trabalho. Afinal, ninguém faz nada sozinho.
No entanto, a quantidade não é o que difere o potencial do estrategista, e, sim, a forma como ele conduz esses relacionamentos. Pergunte-se: “Quais são as minhas diretrizes e metas?”, “Como me enxergo nas relações intrapessoais e interpessoais?”. Nesse contexto, parte-se do pressuposto que uma pessoa para se relacionar bem com outras precisa estar bem consigo mesma.
A nossa atual conjuntura tem colocado em prova o poder do networking. Em tempos de pandemia, onde pessoas e empresas sentem os efeitos financeiros de uma das maiores crises de saúde da história, ter uma rede de contatos atuante pode garantir uma mente sadia, mesmo com as medidas de distanciamento social.
Ao enfrentarmos os desafios cotidianos com o apoio de uma rede colaborativa, formada por amigos, parceiros e familiares, temos a sensação de força e poder de realização. Com auxílio da tecnologia e das redes sociais, ampliamos nossos horizontes, construindo novas pontes e fortalecendo o networking.
Para o bem coletivo, neste ano, precisamos adiar as interações profissionais em ambientes físicos. Mas, com o anúncio de vacinas contra o Covid-19, poderemos, em breve, restabelecê-las, recuperando aquele sentimento de proximidade real. Na construção de um networking, o ‘olho no olho’ sempre será a melhor forma de se estabelecer uma relação, seja pessoal ou profissional.
A chave, então, é pensar como você está se relacionando com a sua rede? Quais as oportunidades você identifica? O que fazer para ser lembrado no momento oportuno? Ao se expor a esses questionamentos, você certamente contribuirá para o desenvolvimento, a solidificação e ampliação de suas relações, em especial neste momento, que exige ainda mais sinergia e integração entre as pessoas.
Assim, trago algumas dicas e reflexões: seja sempre autêntico, criativo, humilde, honesto e visível. Busque pessoas que possuem interesses comuns, e se possível, que tenham sinergia com os seus valores. Acredite no seu potencial e nunca alimente a sua rede pautada no interesse unilateral. Por fim, construa uma conexão duradoura, ampla e que será fortalecida por seus contatos que o verão como fonte de inspiração e referência nos campos pessoais, profissionais e empresariais.
* Publicado no jornal Diário do Comércio