Otimismo empresarial e bens não duráveis impulsionando investimentos em contratação na capital mineira

3 de maio de 2024

Os resultados mais recentes do Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC), analisados pelo Núcleo de Estudos Econômicos da Fecomércio MG com base nos dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), apontam para um cenário positivo, com o índice atingindo 106,7 pontos. Este aumento de 1,2 pontos mantém a estabilidade do indicador ao longo do tempo. No entanto, em comparação com o mesmo período do ano anterior, houve uma leve queda de 1,2 pontos. Esses dados são referentes ao mês de abril deste ano.

Os empresários que estão à frente de organizações com mais de 50 funcionários exibem uma confiança superior, registrando 108,5 pontos. Apesar de ambos os grupos demonstrarem confiança, há uma leve diminuição na intensidade em comparação com o mês anterior.

Os empresários no ramo dos bens semiduráveis têm mantido um nível de confiança excepcional desde setembro do ano passado, consistentemente ultrapassando outros segmentos do mercado. Eles alcançaram um impressionante 112,7 pontos, o que representa o pico deste ano até agora. Enquanto isso, os empresários ligados aos bens não duráveis viram uma melhoria em sua confiança, atingindo 106,1 pontos. Apesar de uma queda leve de 0,6 pontos dos bens duráveis, quase imperceptível, o indicador permanece próximo à linha de inversão (101,9), onde uma pontuação abaixo de 100 indica insatisfação entre os empresários.

Apesar da persistente queda no indicador de condições atuais enfrentadas pelos empresários do comércio, o panorama em Belo Horizonte revela um cenário desafiador, atingindo 80,9 pontos no mês atual. Em contrapartida, os indicadores relacionados às expectativas e aos investimentos dos empresários apresentaram uma notável elevação, atingindo respectivamente 136,8 e 102,3 pontos. Este crescimento representa um vislumbre de otimismo em meio às dificuldades, destacando a tendência ascendente das expectativas, que se mantêm em alta pelo quarto mês consecutivo.

No mês presente, o indicador atinge 102,3 pontos, superando o patamar de insatisfação. Com a possibilidade de melhorias no ambiente de negócios, os efeitos econômicos sobre os investimentos tornam-se mais perceptíveis.

Segundo o Economista-chefe da Fecomércio MG, Stefan D’Amato, “o empresário está com expectativas otimistas em detrimento das melhorias no cenário econômico. Este otimismo, mesmo que inicialmente pequeno, pode se consolidar ao longo do ano, impulsionando as condições atuais dos empresários que estão em um patamar de insatisfação. É crucial que este otimismo seja alimentado por políticas e medidas que promovam um ambiente de negócios favorável, incentivando os investimentos e estimulando o crescimento econômico. Somente assim poderemos garantir uma recuperação sólida e sustentável da economia.”

As condições atuais para as empresas, especialmente as de grande porte, estão significativamente mais favoráveis, atingindo 121,0 pontos. No entanto, todos os demais indicadores que avaliam as condições atuais do setor de comércio e da economia nacional permanecem em níveis de insatisfação. É interessante notar que as empresas de menor porte não alcançaram nenhum desses indicadores no patamar de satisfação, com o mais próximo sendo os 98,9 pontos das condições atuais das empresas. Este panorama revela que, apesar das incertezas no setor e na economia em geral, os empresários mantêm um otimismo considerável em relação aos seus próprios negócios.

Os empreendimentos que se dedicam à produção de produtos semiduráveis e não duráveis apresentam um nível de condições atuais das empresas que alcança o patamar de satisfação, ainda que de forma discreta, registrando respectivamente 101,3 e 101,4 pontos. No entanto, os demais indicadores não foram favoráveis para esses segmentos. Já para o segmento de produtos duráveis, nenhum dos indicadores atingiu o nível de satisfação, indicando um cenário desafiador.

Quanto às expectativas econômicas, constatou-se que, independentemente do tamanho da empresa, o índice de expectativas é mais elevado para o desempenho da própria empresa no comércio, seguido pelas expectativas em relação ao setor e, por último, uma satisfação maior ao analisar as perspectivas para a economia como um todo. Um padrão identificado revelou que as empresas com até 50 funcionários demonstram expectativas superiores em relação à economia brasileira e ao setor do comércio, em comparação com aquelas de porte maior.

“O padrão observado nas expectativas econômicas reflete a percepção dos empresários sobre o ambiente de negócios e as perspectivas futuras. O foco prioritário nas expectativas para o desempenho da própria empresa sugere uma ênfase na gestão interna e nas estratégias de crescimento. Por outro lado, a menor confiança nas expectativas para a economia como um todo pode ser atribuída a preocupações com instabilidade política, incertezas globais e desafios macroeconômicos. O fenômeno de empresas menores apresentarem expectativas mais otimistas pode ser explicado pela sua maior agilidade em se adaptar a mudanças, bem como uma possível concentração em nichos de mercado mais resilientes”, aponta.

No contexto dos investimentos, a projeção de contratação de novos funcionários emerge como um indicador de destaque, atingindo níveis satisfatórios, englobando empresas de todas as dimensões. É relevante destacar que as empresas com até 50 colaboradores continuam a liderar em termos de expectativas de contratação. É importante ressaltar que, neste momento, o segmento de bens não duráveis se destaca como líder em termos de oportunidades de emprego.

“ao estimular a criação de novos postos de trabalho, a expectativa de expansão da força de trabalho não apenas combate o desemprego, mas também promove uma distribuição mais equitativa da renda e fortalece a estabilidade financeira das famílias. O aumento da empregabilidade não só amplia o acesso aos recursos financeiros, mas também impulsiona o poder de compra, estimulando o consumo e dinamizando diversos setores da economia. Como resultado, esse ciclo virtuoso tende a fomentar um crescimento econômico mais robusto e sustentável, fundamentado em uma base ampla de consumidores ativos e empreendedores engajados.”, destaca.

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