Pesquisa mostra redução do endividamento e da inadimplência no mês de outubro em Belo Horizonte

9 de nov de 2023

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), aplicada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) e analisada pelo Núcleo de Estudos Econômicos da Fecomércio MG, mostra que o endividamento das famílias belo-horizontinas teve uma redução de 1,2 ponto percentual, em relação ao mês de agosto, chegando a 92,0% em outubro, sendo que 40,7% dos entrevistados se consideram pouco endividados.

A PEIC traça o quadro de endividamento e inadimplência dos consumidores da capital mineira. O endividamento é um indicador que mostra o quanto os consumidores estão se comprometendo com financiamento de imóveis, carros, empréstimos e cartão de crédito, entre outros. O índice de inadimplência retrata o percentual de consumidores que possuem dívidas e estão com elas atrasadas.

O percentual de consumidores com contas em atraso em outubro diminuiu 1,7 ponto na comparação mensal, somando 53,6% em outubro. O índice é 14,4 p.p maior em famílias com renda igual ou inferior a dez salários-mínimos (55,6%) do que em famílias com salários maiores (41,2%). Já o número de consumidores que não terão condições de quitar as dívidas foi de 9,5%, uma queda de 0,8 ponto em relação ao mês anterior.

O principal compromisso financeiro assumido pelos consumidores de Belo Horizonte é o cartão de crédito. Em outubro, 93,7% se comprometeram com essa modalidade.

A PEIC chama a atenção para o fato de que 99,3% das famílias que ganham acima de 10 salários-mínimos estão endividadas no cartão. Já as famílias com rendimentos abaixo de 10 salários endividadas no cartão somam 92,8%. Além disso, 35,2% desse grupo de famílias com menor renda estão endividadas com compras feitas no carnê.

Entre as famílias com contas pendentes, 26,8% afirmam que as contas ultrapassam 90 dias. A pesquisa também mostra que as dívidas estão atrasadas, em média, há 51,2 dias. Conforme a PEIC de outubro, 67,5% das famílias da capital possuem compromissos por tempo igual ou superior a 90 dias. Em média, as dívidas comprometem 28,3% do orçamento do mês das famílias.

 

 

Olhar Econômico, por Gabriela Martins, Economista da Fecomércio MG

O endividamento de Belo Horizonte apresentou o quarto mês consecutivo de queda, mas, mesmo com essa tendencia, continua atingindo 92,0% da população. Esse resultado permanece atrelado a grande utilização do crédito para o consumo do cotidiano como, por exemplo, as compras do mês.

No entanto, a redução do número de endividados pode estar atrelada a diversos fatores, tais como uma menor proporção de comprometimento da renda com dívidas. No mês de outubro, em média 28,3% do orçamento mensal estava comprometido com algum compromisso financeiro, valor 3,7% inferior ao observado no mesmo período do ano passado. Quanto menor a parcela da renda gasta com o pagamento de dívidas maior é a disponibilidade financeira para o consumo à vista, além de facilitar o pagamento de compromissos já existentes.

Acrescido a isso, a desaceleração da inflação, a queda do desemprego e a recente diminuição da taxa básica de juros também se somam para justificarem a tendencia de queda no endividamento. Apesar do cenário positivo, com a chegada do período de final do ano, que é caracterizado por um maior consumo, o endividamento tende a voltar a se elevar. Dessa forma, as famílias precisam estar atentas ao seu controle financeiro, para que o consumo por meio do crédito não se torne um problema futuro.

Do ponto de vista do comércio, o uso responsável de cartões de crédito e empréstimos é de extrema importância, já que a saúde financeira dos consumidores tem um impacto direto nas operações do estabelecimento. O risco de inadimplência é uma preocupação constante, pois consumidores endividados podem não conseguir pagar suas compras a tempo, afetando as receitas da loja.

Para mitigar esses riscos, os empresários devem adotar políticas de crédito rigorosas, realizar análises de crédito criteriosas ao oferecer opções de pagamento a prazo. Em última análise, o sucesso do negócio depende da capacidade de manter um equilíbrio entre atrair clientes e garantir que eles gerenciem suas finanças de forma responsável para evitar problemas financeiros que possam afetar as operações da loja.

Sobre a Fecomércio MG

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais integra o Sistema Fecomércio MG, Sesc e Senac em Minas e Sindicatos Empresariais que tem como presidente o empresário Nadim Donato. A Fecomércio MG é a maior representante do setor terciário no estado, atuando em prol de mais de 740 mil empresas mineiras. Em conjunto com a Confederação Nacional do Comércio (CNC), presidida por José Roberto Tadros, a Fecomércio MG atua junto às esferas pública e privada para defender os interesses do setor de Bens, Serviços e Turismo a fim de requisitar melhores condições tributárias, celebrar convenções coletivas de trabalho, disponibilizar benefícios visando o desenvolvimento do comércio no estado e muito mais.

Há 85 anos fortalecendo e defendendo o setor, beneficiando e transformando a vida dos cidadãos.

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