16 de jan de 2019
A estabilidade dos indicadores econômicos e o empreendedorismo por ocasião contribuíram para o saldo positivo na abertura de empresas em Minas Gerais. No ano passado, o número de novos negócios registrados no Estado expandiu 14%, conforme balanço divulgado pela Junta Comercial de Minas Gerais (Jucemg). Ao todo, 46.730 empreendimentos foram formalizados em 2018, índice superior às 41.043 empresas abertas no ano de 2017.
Por outro lado, o percentual de negócios extintos cresceu 26%, saltando de 28.910, em 2017, para 36.480, em 2018. As modalidades com maior taxa de encerramento foram a Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (Eireli), com 2.334 fechamentos (+ 65%), e o Empresário Individual, com 13.541 (+ 22%).
Entre os setores da economia, os serviços lideraram o ranking com 27.768 formalizações em 2018, alta de 20% em comparação ao total de empresas abertas (23.111) em 2017. Com isso, o saldo de serviços encerrou positivo em 12.308 novos estabelecimentos. As atividades médicas ambulatoriais foram as principais responsáveis por registros do setor no Estado (1.180), seguidas por serviços de engenharia (1.171) e transporte rodoviário de carga (1.098).
Atenção ao comércio
O saldo negativo de 2.928 empreendimentos comerciais fechados no Estado, em 2018, está relacionado a diversos fatores, a começar pela lenta recuperação da economia. O Produto Interno Bruto (PIB) que deve confirmar um crescimento, ainda tímido, de 1,3% no ano passado, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV) e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).
A analista de pesquisa da Fecomércio MG, Elisa Castro, considera que outros fatores como as incertezas políticas, o alto índice de desemprego – que, em Minas Gerais, atinge 9,7%, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) – e o baixo consumo das famílias continuam comprometendo a saúde financeira das empresas, levando a mais fechamentos. Não à toa, o índice da Federação que mede a confiança das famílias na capital mineira em relação à economia permaneceu abaixo do nível de otimismo em 2018.
Elisa lembra que, em 2017, o número de extinções já se mostrava significativo (14.145), embora tenha sido registrado um saldo positivo de 103 empresas abertas. “Ao mesmo tempo que as pessoas perderam vagas no mercado formal e buscaram no empreendimento por necessidade novas fontes de renda, a deterioração de rendimentos das famílias, a redução do consumo e a falta de planejamento ao abrir esses negócios frearam um resultado melhor”, detalha.
Um ano para empreender?
Já o ano de 2019, segundo a analista de pesquisa da Federação, começa com boas expectativas. Para Elisa, o posicionamento mais liberal do atual governo federal e os sinais de desburocratização e implementação das reformas política, previdenciária e tributária contribuem para um cenário futuro de mais confiança, tanto do consumidor, quanto do empresário. “Isso pode incentivar a abertura de novos estabelecimentos comerciais em todo o país”, observa.