Endividamento aumenta, mas superendividamento tem recuo em Belo Horizonte

21 de ago de 2025

De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), analisada pelo Núcleo de Pesquisa e Inteligência da Fecomércio MG e aplicada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), o nível de endividamento das famílias de Belo Horizonte em julho subiu 0,7 ponto percentual em relação a junho, chegando a 88,4%. A pesquisa também mostra recuo no superendividamento das famílias e de entrevistados considerados individualmente.

O total de consumidores com contas em atraso ficou em 57,7%, sendo 4,3 pontos p.p. acima do verificado em junho. Já o número daqueles que não terão condição de pagar as dívidas em agosto teve oscilação positiva de 0,4 p.p. chegando a 20,2%. O número de famílias que comprometem mais de 50% da renda mensal com o pagamento das dívidas caiu 2,1 p.p. em julho.

Gabriela Martins, economista da Fecomércio MG, explica que há alguns fatores específicos que podem estar afetando o endividamento e a inadimplência das famílias belo-horizontinas. “Hoje muitas famílias indicam que, apesar da cautela dos bancos na hora de conceder crédito, o acesso a esses recursos continua sendo fácil, principalmente para modalidades como o cartão de crédito e o carnê. Com isso, não há grandes entraves com a utilização do crédito, entretanto, com a presença de taxas de juros mais altas e condições de pagamento mais reduzidas, muitas famílias perdem a capacidade de pagamento de suas dívidas dentro dos prazos estabelecidos, acarretando a inadimplência”, explica Martins.

Em relação à renda mensal das pessoas que moram na mesma casa e as dívidas com cheques pré-datados, cartões de crédito, carnês de lojas, empréstimo pessoal, prestações de carro e seguros, entre outros, 45,9% dos entrevistados consideram que estão pouco endividados. Estão mais ou menos endividados 26,2%, e muito endividados, 16,3%. Para 11,6%, a situação é de muito endividamento, o que representa queda de 4 p.p. em relação a junho (15,6%).

Já o endividamento das famílias no cartão de crédito foi de 93,7% em junho para 95,9% em julho. O endividamento das famílias com rendimentos igual ou maior que 10 salários-mínimos chegou a 98,8% no cartão de crédito na virada do primeiro semestre.

Entre as famílias da cidade, 57,7% possuem algum compromisso financeiro em atraso, valor 4,3 pontos superior a junho. A inadimplência é 11,7% maior em famílias com renda igual ou inferior a dez salários-mínimos (59,3%) do que em famílias com salários maiores (47,6%). Entre os entrevistados que estão endividados, 65,2% estão com dívidas em atraso.

Para 21,5% das famílias com renda igual ou abaixo de 10 salários-mínimos, não será possível quitar as dívidas em atraso no mês seguinte. Entre aquelas de maior renda, esse percentual cai para 12,8%. Considerando os indivíduos com dívidas atrasadas, 35,0% entendem que não terão condições de honrar com os compromissos adquiridos em agosto.

Entre as famílias com contas atrasadas, 40,4% afirmam que essas dívidas ultrapassam 90 dias. A pesquisa também mostra que as contas estão atrasadas, em média, há 59,8 dias e 77,7% dos entrevistados e suas famílias possuem contas em atraso pelo prazo de 90 dias ou mais. O número de famílias superendividadas, que comprometem 50% ou mais do orçamento familiar mensal, caiu de 22,6% em junho para 20,5% em julho.

>> Acesse a Pesquisa PEIC   

Sobre a Fecomércio MG

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio MG) é a principal entidade representativa do setor do comércio de bens, serviços e turismo no estado, que abrange mais de 750 mil empresas e 54 sindicatos. Sob a presidência de Nadim Elias Donato Filho, a Fecomércio MG atua como porta-voz das demandas do empresariado, buscando soluções através do diálogo com o governo e a sociedade. Outra importante atribuição da Fecomércio MG é a administração do Serviço Social do Comércio (Sesc) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) em Minas Gerais. A atuação integrada das três casas fortalece a promoção de serviços que beneficiam comerciários, empresários e a comunidade em geral, a partir de suas diversas unidades distribuídas pelo estado.

Desde 2022, a Federação tem se destacado na agenda pública, promovendo discussões sobre a importância do setor para o desenvolvimento econômico de Minas Gerais. A Fecomércio MG trabalha em estreita colaboração com a Confederação Nacional do Comércio (CNC), presidida por José Roberto Tadros, para defender os interesses do setor em âmbito municipal, estadual e federal. A Federação busca melhores condições tributárias para as empresas e celebra convenções coletivas de trabalho, além de oferecer benefícios que visam o fortalecimento do comércio. Com 86 anos de atuação, a Fecomércio MG é fundamental para transformar a vida dos cidadãos e impulsionar a economia mineira.

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